CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

ACALASIA IDIOPÁTICA RECIDIVADA: TRATAMENTO CIRÚRGICO VIDEOLAPAROSCÓPICO A SERRA DÓRIA

INTRODUÇÃO

O objetivo deste relato é fazer uma breve revisão da acalasia esofágica e expor um caso de recidiva após cirurgia de Heller tratado com cirurgia de Serra Dória.

Acalasia é uma doença crônica caracterizada pela falha do relaxamento do esfíncter esofágico inferior e consequente perda do peristaltismo no nível do corpo esofágico em resposta as deglutições.

Tanto em sua forma chagásica, principal causa no Brasil, quanto na idiopática, há destruição do plexo nervoso intramural do esôfago, levando a sua dismotilidade.

A principal manifestação clínica da doença é a disfagia. Observa-se também regurgitação, pirose, dor torácica e, também, a perda de peso, consequentemente.

Sua incidência é de aproximadamente 1 a cada 100.000 habitantes por ano e não há preferência por gênero, raça ou idade.

O diagnóstico da doença se baseia no quadro clínico do paciente e é confirmado por outros testes diagnósticos, como o esofagograma com bário (SEED) e a manometria esofágica.

A acalasia, por ser uma doença progressiva e incurável, tem seu tratamento focado no alívio dos sintomas. O tratamento farmacológico e a dilatação pneumática provocam alívio temporário dos sintomas sendo uma opção aceitável para estágios iniciais da doença.

O tratamento cirúrgico mais utilizado é a esofagocardiomiotomia à Heller, tendo indicação seletiva, preconizado em grau não avançado (I e II) e associado à válvula anti-refluxo.

Em estágios avançados da acalasia (dolicomegaesôfago), o tratamento de escolha habitualmente é a esofagectomia.

Segundo alguns estudos, de 5 a 25% dos pacientes apresentarão recidiva da disfagia. As principais causas para esta recidiva se deve a estenose fibrótica da JGE, o RGE ou a miotomia incompleta.

Existem diversos tipos de técnicas que podem ser empregadas na recidiva após cirurgia de Heller, no entanto, a técnica proposta por Serra Dória é a que apresenta melhor avaliação na literatura em número de pacientes e acompanhamento pós operatório.

RELATO DE CASO

Paciente masculino, 43 anos, sem comorbidades prévias, submetido em 2006 à cirurgia de Heller-Dor por acalasia idiopática.

Cerca de 6 anos após a cirurgia, iniciou com disfagia leve e há 6 meses com intensificação da disfagia associado a vômitos e perda ponderal. Suspeitado a recidiva da doença, foi solicitado novos exames.

Após realização de endoscopia, seriografia e manometria, feito diagnóstico de recidiva da acalasia (grau III).

DISCUSSÃO

O tratamento cirúrgico optado neste caso foi a operação de Serra Dória: cardioplastia com gastrectomia parcial e reconstrução em Y-de-Roux por via videolaparoscópica, com bom desfecho.

PALAVRAS CHAVE

acalasia idiopática recidivada operação de serra dória cardioplastia

Área

ESÔFAGO, ESTÔMAGO E INTESTINO DELGADO

Instituições

HOSPITAL REGIONAL ALTO VALE - Santa Catarina - Brasil

Autores

Bruno Hafemann Moser, Jair Volney Carlos Teixeira, Augusto Fey, Ricardo Stefano da Penha, Andréa Virmond El Hosni, Danilo Hiroshi Sato, Camila Pellizza, Mariáh Bianchin Gonçalves