Dados do Trabalho
TITULO
NEFRECTOMIA PARCIAL COM CLAMPEAMENTO SELETIVO E UTILIZAÇAO DE CLAMP VASCULAR NO PARENQUIMA RENAL: RESULTADO DE LONGO PRAZO
OBJETIVO
Nefrectomia parcial é a primeira linha de tratamento para tumores renais estadio T1. No entanto, nefrectomia radical por laparoscopia é a técnica escolhida na maioria dos centros devido às novas tecnologias disponíveis, somadas ao conhecimento escasso sobre técnica conservadora ou sobre as vantagens da cirurgia aberta. A nefrectomia parcial aberta é uma opção terapêutica que deve ser considerada, principalmente quando técnicas com clampeamento seletivo de parênquima renal foram propostas e provadas aplicáveis, com manutenção do prognóstico oncológico e redução das comorbidades cirúrgicas, e em cenários onde a distribuição de recursos não é homogênea. O objetivo do estudo é reforçar a nefrectomia parcial com clampeamento seletivo de parênquima como opção terapêutica para tumores renais localizados, através da análise dos prontuários de pacientes submetidos à técnica proposta por Denardi et al. em 2005.
MÉTODO
Através de estudo retrospectivo, foram revisados os prontuários de 64 pacientes com tumor renal localizado cuja terapêutica escolhida foi cirurgia com a técnica modificada de nefrectomia parcial com clampeamento seletivo de parênquima renal e o procedimento tenha sido realizado entre Janeiro/2005 e Junho/2013 no Hospital de Clínicas UNICAMP. Foram coletados dados demográficos, características dos tumores, informações acerca do procedimento cirúrgico e do seguimento pós operatório.
RESULTADOS
Após análise dos prontuários, observamos o perfil dos pacientes e dos tumores, os dados peri operatórios e de seguimento. Obtivemos predomínio do sexo masculino (51,6%) e tumores no rim direito (60%), mais prevalentes no pólo superior do parênquima (43,7%). O tamanho médio das massas ressecadas foi de 3,95 cm (1,8-8 cm), sendo a maioria maligna (76,6%) do subtipo histológico carcinoma de células claras (62,5%). O tempo médio de cirurgia foi 156,7 minutos (60-315 minutos), com volume médio de sangue perdido de 360 ml (100-1500 ml) e tempo médio de internação dos pacientes de 3,6 dias (2-10 dias). As complicações agudas mais frequentes foram perda sanguínea com necessidade de transfusão, o que ocorreu somente em 6 pacientes (9,4%), e lesão renal aguda em 2 pacientes (3,1%). Complicações tardias foram muito raras. As margens cirúrgicas foram positivas em somente um caso, cujo tumor era um carcinoma de células claras de 4,5cm Fuhrman 1-2 no rim direito. Após 36 meses de seguimento desse paciente, não foi evidenciada recidiva ou metástase. Durante o seguimento médio de 29,9 meses (6-96 meses), somente 2 casos tiveram metástase, ambos com tumor primário >6cm, Fuhrman 2-3 e margens cirúrgicas negativas.
CONCLUSÕES
Os resultados reforçaram os achados da literatura, evidenciando baixa taxa de complicações peri-operatórias e prognóstico oncológico satisfatório à longo prazo. Portanto, é uma técnica que deve ser considerada como opção segura do ponto de vista terapêutico e com menor lesão do parênquima renal.
PALAVRAS CHAVE
Nefrectomia; clampeamento seletivo; isquemia quente; tumor renal.
Área
UROLOGIA
Instituições
Universidade Estadual de Campinas - São Paulo - Brasil
Autores
Wagner Eduardo Matheus, Marcelo Cartapatti da Silva, Aline Akel Ferruccio, Marcelo Antunes de Souza, Fernandes Denardi, Ubirajara Ferreira