TÍTULO

TUMOR GIST EM DIVERTICULO DE MECKEL – RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

O divertículo de meckel é a anomalia congênita mais comum do trato gastrointestinal.(1,2) O diagnóstico geralmente é incidental durante laparotomia/laparoscopia.(18) O diagnóstico pré-operatório de tumores dentro do divertículo de meckel é raro devido às poucas características clínicas e radiológicas.(24)
O presente estudo relata o caso de uma ressecção de um divertículo de meckel, contendo em seu interior um tumor gastrointestinal estromal (GIST).

RELATO DE CASO

Mulher de 61 anos, com história de dor abdominal difusa tipo cólica, associada a episódios esporádicos de melena, iniciados em 1999. Inicialmente, exame físico e colonoscopia sem alterações e endoscopia digestiva alta, evidenciando gastrite enantematosa. De 1999 a 2010, apresentou episódios esparsos de melena. Em 2010, apresentou massa palpável endurecida e móvel em região mesogástrica. Realizado tomografia de abdome que evidenciou tumoração em projeção de intestino delgado medindo 5,5X5,0cm. Ressonância magnética de abdome, com achados semelhantes.
Submetida à laparotomia, identificada massa envolvendo parede abdominal, intestino delgado e bexiga, sendo realizada ressecção em bloco de parede abdominal, fundo da bexiga e segmento de delgado. Anatomopatológico evidenciou divertículo de meckel associado a um tumor GIST, medindo 5,5cm, com imuno-histoquímica positiva para o marcador CD-117.

DISCUSSÃO

O divertículo de meckel está localizado na borda contra mesenterial do íleo, a 45-60cm da válvula ileocecal e é originado do fechamento incompleto do ducto onfalomesentérico.(17) Manifesta-se principalmente por hemorragias e obstrução do intestino delgado.(1,3,17,20) A neoplasia do divertículo de meckel, é observada apenas em 0,5%-3,2% dos pacientes.(4,5) Dentre os tumores malignos do divertículo, o mais comum é o carcinoide (33% -44%).(6,20) O GIST, representa 12% dos tumores primários do divertículo de Meckel.(4,7)
O GIST é um tumor mesenquimal, que expressa a proteína KIT - CD 117.(8,9,21) O estômago é considerado o local de maior incidência, seguido pelo intestino delgado.(8,10,17) Cerca de 13% dos GISTs do intestino delgado são diagnosticados de forma incidental durante a investigação de outras patologias.(8,10,17))
O diagnóstico pré-operatório de tumores dentro do divertículo de meckel é raro devido às poucas características clínicas e radiológicas.(24) O GIST não responde a quimioterapia/radioterapia convencional, sendo a ressecção cirúrgica em bloco o tratamento de escolha.(23) O tratamento padrão ouro para divertículo de Meckel sintomático é a ressecção cirúrgica, embora, o manejo de divertículos assintomáticos ainda seja controverso.(1)
Muitos autores defendem a diverticulectomia em pacientes assintomáticos, pois, tal divertículo pode conter uma neoplasia indetectável.(12,13,14,15) A morbidade relacionada ao divertículo de meckel complicado, atinge 33% dos casos, enquanto que, a morbidade pós-operatória associada à diverticulectomia profilática é de 0%-6%.(1)

PALAVRAS CHAVE

DIVERTICULO; MECKEL; GIST

Área

ESÔFAGO, ESTÔMAGO E INTESTINO DELGADO