CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TITULO

ANEURISMA DE AORTA ABDOMINAL: CIRURGIA ENDOVASCULAR OU REPARO ABERTO?

OBJETIVO

A incidência de aneurismas de aorta abdominal (AAA) aumentou nos últimos anos assim como a relevância quanto ao adequado manejo para a prevenção de rompimento e possível fatalidade. O reparo aberto (RA) e a cirurgia endovascular (CE) são opções de abordagem para AAA com indicação cirúrgica. De forma a atualizar o consenso quanto ao melhor manejo do AAA, comparando os resultados de pacientes submetidos a RA e CE, esta revisão sistemática foi realizada.

MÉTODO

Bases de dados eletrônicas (MEDLINE acessada via PubMed, Lilacs e Scielo) foram consultadas retrospectivamente de Abril de 2013 a Maio de 2018, utilizando as seguintes palavras-chave: Abdominal; Aortic; Aneurysm; Endovascular; Open Repair e suas associações. Os critérios de inclusão basearam–se em estudos de pacientes adultos com AAA que foram submetidos ao RA ou CE com os resultados analisados em curto e longo prazo. Foram incluídos na análise a mortalidade, as complicações, a necessidade de reabordagem e o estado geral do paciente no peri-operatório. Excluídos relatos de caso, artigos de opinião e trabalhos com informações repetidas ou disponíveis em outras pesquisas. Obteve–se 234 estudos no período pretendido que respondiam satisfatoriamente ao objetivo desta revisão sistemática. Artigos mais recentes e de maior fator de impacto foram priorizados. Selecionados 12 artigos para a revisão, sendo 1 estudo randomizado, 1 revisão sistemática, 5 estudos observacionais, 5 estudos retrospectivos. Esta pesquisa teve como limitação o grupo heterogêneo de características metodológicas e de pacientes e número reduzido de trials no período.

RESULTADOS

Foi observado na literatura científica uma superioridade da CE em relação ao tempo de internação hospitalar, recuperação e reabilitação do paciente, apesar de não haver grandes diferenças na mortalidade precoce comparando os métodos. Entretanto, a mortalidade tardia e a taxa de complicações foram atribuídas fortemente a CE quando comparados ao RA. Não se encontrou superioridade custo-efetiva na realização de CE. Um estudo retrospectivo incluiu 128.598 pacientes, sendo 49.135 submetidos ao RA de forma eletiva e 79.463 realizaram CE, a mortalidade perioperatória foi de 1,6% na CE e de 5,2% no RA, a taxa de complicações de 3,8% foi inferior aos 12,9% encontrados no RA, e a alta hospitalar precoce ocorreu em 95% na CE, enquanto 83,2% no outro método; contudo, o acompanhamento em longo prazo dos pacientes (até 4 anos) verificou um crescimento progressivo de mortalidade após 90 dias para CE. Um estudo observacional analisou 23.670 pacientes, com 52% submetidos a CE. Apesar da menor morbimortalidade precoce, esses pacientes evoluíram com maior necessidade de reintervenção e mortalidade tardia (após 3 anos) que no RA.

CONCLUSÕES

A CE em comparação com o RA do AAA está associada a uma vantagem substancial de sobrevida precoce que diminui ao longo do tempo. A taxa de ruptura tardia foi significativamente maior após a CE do que após o RA.

PALAVRAS CHAVE

Abdominal; Aortic; Aneurysm; Endovascular; Open Repair

Área

CIRURGIA VASCULAR

Instituições

Uniara - São Paulo - Brasil

Autores

André Claudio Rocha, Bruna Maitan Santos, Vinícius Oliveira Pascolat