CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

AFUNDAMENTO DE CRANIO POR FRATURA DE OSSO FRONTAL APOS EXPLOSAO DE BATERIA DE CELULAR EM LACTENTE: RELATO DE CASO.

INTRODUÇÃO

As fraturas de teto orbital são de difícil acesso, com um sistema de classificação baseado na tomografia computadorizada. Crianças pequenas, em que o osso frontal ainda não pneumatizou e os demais ossos são mais finos, têm mais vulnerabilidade a estas fraturas. O presente relato visa demonstrar a importância da rápida identificação deste tipo de lesão em lactente para o planejamento adequado do tratamento.

RELATO DE CASO

Paciente B. S. S, 1 ano e 3 meses, chega ao pronto-socorro infantil encaminhado de outro serviço após ficar 24h em observação, com história de trauma de face associado a explosão de bateria telefônica. A entrada apresentava ferimento contuso na região da glabela já suturado, sangue coagulado na narina esquerda, edema facial e episódios de vômito com estrias de sangue. A tomografia computadorizada de crânio, evidenciou fratura do osso nasal e frontal esquerdo, com afundamento de calota craniana com exposição de dura-mater, associado a pequeno foco de hemorragia subaracnóidea e fragmento ósseo intracraniano. Realizada drenagem do hematoma e correção do afundamento. O procedimento iniciou-se com uma incisão bicoronal e descolamento de flap cutâneo para acesso a região frontal da face. Com a identificação do local do afundamento (crânio frontal e glabela) foi realizada a drenagem do liquor para posterior craniotomia bifrontal para retirada do fragmento ósseo. Assim foi possível a realização da duroplatia e a correção do afundamento do crânio. A base frontal e a fratura foram recobertas com retalho de periósteo e posterior aproximação subcutânea e sutura. A cirurgia transcorreu não teve intercorrências. O paciente permaneceu por 4 dias na UTI e teve melhora progressiva, recebendo alta apresentando apenas hematoma peripalpebral bilateral, dois dias depois evoluiu para alta hospitalar.

DISCUSSÃO

Fraturas faciais e do teto da orbita são consideradas incomuns. Frequentemente, esses tipos de fragmentações ósseas são associadas a lesões, muitas vezes, graves na cabeça e no pescoço. A tomografia computadorizada (TC) é o exame de escolha para avaliar injurias intracranianas, mas tem como obstáculo, algumas vezes, a necessidade de sedar a criança para que o exame possa ser realizado. Demonstrando a necessidade de observação clinica rigorosa dessa população. O tratamento de fraturas cranianas é feito de forma diferente na pediatria, uma vez que a fixação deve ocorrer sem comprometer o crescimento da criança. É utilizado, em fraturas que não necessitam de placas, é utilizado um dispositivo de fixação óssea reabsorvível; já nas que requerem placas, deve-se considerar a retirada das mesmas após a consolidação óssea. As principais complicações em fraturas frontobasais são: fístula liquórica e infecções, e o risco aumenta quando se trata de trauma na parede posterior do seio frontal.

PALAVRAS CHAVE

trauma pediatrico, TCE, fratura frontal

Área

CIRURGIA PEDIÁTRICA

Instituições

Santa Casa de Misericórdia de Barretos - São Paulo - Brasil

Autores

Leticia Maria Barbosa Tufi, Daniel Teixeira de Alencar, Rodrigo Alvez Abreu Coimbra, Fernanda Gonçalves de Andrade, Ismael Augusto Silva Lombardi, Wilson Elias Oliveira Junior, Paula Marquez Guimarães Marconi, Ana Carolina Laranjo Ribeiro Alvez