CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

ESOFAGO NEGRO: RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

Esôfago Negro, ou Necrose Esofágica Aguda (NEA), é um raro distúrbio de etiologia multifatorial. É caracterizado pela coloração enegrecida e circunferencial da mucosa esofágica distal com interrupção abrupta na junção esôfago-gástrica (JEG), visualizada pela endoscopia digestiva alta (EDA). Comumente afeta quatro vezes mais homens, em sua sexta década de vida, que mulheres. Objetiva-se relatar o caso de uma paciente, sexo feminino, que foi internada no serviço de Cirurgia Geral do Hospital Municipal Dr. Carmino Carrichio (São Paulo / SP), no ano de 2017.

RELATO DE CASO

Paciente do sexo feminino, 84 anos, chega ao Pronto Socorro da Cirurgia Geral do Hospital Municipal Dr. Carmino Carrichio (HMCC) com queixa de hematêmese e melena há três dias. Foi submetida à EDA com a seguinte descrição: mucosa esofágica de aspecto enegrecido a partir de 20 cm da arcada dentária superior (ADS), friável, que se estende até a JEG. Tinha antecedente de correção cirúrgica de fratura de tornozelo há duas semanas e uso de rivaroxabana. Foi submetida ao tratamento clínico com jejum, nutrição parenteral total (NPT) e uso de inibidor de bomba de prótons (IBP) na dose de 40mg endovenoso a cada doze horas. Realizada nova EDA após 40 dias do início do tratamento, após melhora do estado geral. EDA identificou: estenose esofágica a 28 cm da ADS, submetida à dilatação endoscópica. Evoluiu com sepse de foco pulmonar no segundo mês de internação, evoluindo ao óbito por essa causa.

DISCUSSÃO

O Esôfago Negro é uma entidade que acomete 0,1 a 0,28% da população. Sendo quatro vezes mais comum em homens. A queixa mais comum é de hemorragia digestiva alta, presente em até 90% dos casos. Outros sintomas incluem dor abdominal, disfagia, náuseas, vômitos, febre e sincope, podendo evoluir com choque hipovolêmico. A NEA pode decorrer na presença de choque hemodinâmico, diabetes mellitus, doenças vasculares, tromboembolismo, sepses, imunossupressçao, desnutrição e intervenções cirúrgicas recentes. Suas principais complicações são a perfuração e estenose do esôfago, podendo também evoluir com mediastinite e abscessos. O tratamento consiste em, apo sadequada ressuscitação volêmica, no jejum, NPT e uso de IBPs ou anti-histamícos. O tratamento cirúrgico é reservado apara casos de perfuração esofágica ou abscessos. Pacientes com NEA apresentam prognóstico reservado, apresentando taxa de mortalidade de 32%.

PALAVRAS CHAVE

esôfago negro; endoscopia digestiva alta, inibidor de bomba de prótons

Área

ESÔFAGO, ESTÔMAGO E INTESTINO DELGADO

Instituições

Hospital Municipal Dr. Carmino Carrichio - São Paulo - Brasil

Autores

Jose Machado Neto, Mauro Razuk Filho, Kaline Fortes Viana, Joao Manuel Brandão Camilo, Romario Alves Marinho, Samuel Pereira Alves, Lucio Ravel Andrade, Hisashi Aoyagi