CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

FISTULA COLECISTOCUTANEA

INTRODUÇÃO

A fístula colecistocutânea espontânea é uma complicação da colecistite aguda ou crônica. Sua rara ocorrência decorre do diagnóstico e tratamento precoce. A obstrução ducto cístico com aumento da pressão da vesícula biliar e diminuição da perfusão sanguínea de sua parede, com posterior necrose e, comumente, formação de abscesso é o principal mecanismo fisopatológico. Objetiva-se relatar o caso de uma paciente, sexo feminino, que foi internada no serviço de Cirurgia Geral do Hospital Municipal Dr. Carmino Carrichio (São Paulo / SP), no ano de 2017.

RELATO DE CASO

Paciente do sexo feminino, 71 anos, com antecedentes pessoais de diabetes mellitus, hipertensão arterial, obesidade grau III e insuficiência cardíaca, é internada no serviço de Cirurgia Geral do Hospital Municipal Dr. Carmino Carrichio (HMCC) com queixa de saída de cálculos biliares pela cicatriz umbilical. Na admissão estava afebril, anictérica, sem dor e sem outras queixas. Ao exame abdominal não havia sinais de processo inflamatório agudo, porém notava-se saída de secreção biliar e cálculos amarelados pela cicatriz umbilical. Durante a investigação não foram encontrados abscessos, malignidade ou sinais de obstrução das vias biliares. Devido ao elevado risco cardiológio-anestésico que a paciente estaria exposta durante o procedimento cirúrgico, optou-se, em conjunto com a paciente e sua família, pela remoção percutânea dos cálculos. Recebeu alta após duas semanas de internação com seguimento rotineiro em ambulatório. Após dez meses de acompanhamento evoluiu com fechamento espontâneo e completo da fístula, sem formação de novos cálculos evidenciados por ultrassonografia até o momento da última consulta.

DISCUSSÃO

A fístula colecistocutânea é uma entidade rara, geralmente decorrente de colecistite crônica. Afeta predominantemente mulheres idosas, especialmente se submetidas à cirurgia abdominal prévia, com atraso na resolução cirúrgica da colecistopatia. Pacientes com fístula colecistocutânea devem ser subtemidos ao rastreio de abscessos, obstrução da árvore biliar e neoplastias. O tratamento consiste em antibióticoterapia de amplo espectro, drenagem de abscesso e colecistectomia eletiva com fechamento da fístula. Para pacientes com múltiplas comorbidades, a remoção de cálculos pela via percutânea é uma opção viável. Em 20% dos casos, o trajeto fistuloso fecha espontaneamente. O diagnóstico e o tratamento da colecistopatia calculosa tem sido mais precoce devido à disseminação da ultrassonografia e da cirurgia videolaparoscópica, tornando casos como o descrito acima cada vez mais raro.

PALAVRAS CHAVE

fístula; vesicula biliar; pele

Área

FÍGADO, VIAS BILIARES E PÂNCREAS

Instituições

Hospital Municipal Dr. Carmino Carrichio - São Paulo - Brasil

Autores

Jose Machado Neto, Mauro Razuk Filho, Kaline Fortes Viana, Joao Manuel Brandao Camilo, Patricia Elaine de Avezedo, Gustavo Dell'Antonia, Lucio Ravel Andrade, Hisahi Aoyagi