CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

GIST GÁSTRICO E ADENOCARCINOMA DE CÓLON SINCRÔNICOS: RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

Apesar de ser o tumor mesenquimal mais frequente do trato gastrointestinal, o GIST (Gastrointestinal stromal tumor) é um tipo raro de neoplasia, em comparação ao adenocarcinoma, que é o tipo histológico mais comum de neoplasia do trato digestivo. Contudo, é mais raro ainda, estes dois tipos de neoplasia ocorrerem de modo sincrônico em dois sítios diferentes e distantes. Nosso relato de caso tem o objetivo de demonstrar um caso de tumores sincrônicos e o tratamento curativo realizado.

RELATO DE CASO

Masculino 78 anos cardiopata em anticoagulação encaminhado ao serviço devido a presença de melena há 4 meses e hemoglobina de 5,6. Realizaram-se os seguintes exames investigatórios: EDA: lesão ulcerada gástrica perfurada e bloqueada.
Colonoscopia: lesão subestenosante em ângulo esplênico do cólon, biópsia sugestiva para adenocarcinoma moderadamente diferenciado. Tomografia de abdome mostou massa exofítica na pequena curvatura gástrica, compatível com a neoplasia mesenquimal gástrica e espessamento parietal irregular no cólon descendente junto ao ângulo esplênico, com redução luminal sugestiva de neoplasia epitelial primária do cólon. Com o objetivo de abordar dois tipos de neoplasias em mesmo tempo, optou-se pela conduta cirúrgica em vez de neoadjuvância. Portanto, foi submetido no mesmo procedimento a gastrectomia subtotal com reconstrução em Y de Roux e colectomia esquerda oncológica com anastomose primária. O resultado anatomopatológico da peça gástrica foi compatível com tumor do estroma gastrointestinal (GIST), tamanho de 6cm, Índice mitótico 10 mitoses/ 50 CGA, necrose não detectada, alto grau histológico e alto risco. O anatomopatológico da colectomia resultou em adenocarcinoma moderadamente diferenciado pT2pN0, sem metástase em 16 de 16 linfonodos regionais.

DISCUSSÃO

A ocorrência de GIST em pacientes com o diagnóstico de outros tipos de neoplasia gira em torno de 3 a 33%. A causa da coexistência de GIST e algum outro tipo de tumor é incerta. Esta poderia ser apenas incidental ou relacionada a um processo fisiopatológico desconhecido. A neoplasia secundária mais comum é o carcinoma do trato gastrointestinal como ocorreu no nosso doente. Contudo, visto que a ocorrência simultânea de GIST e outro tipo de neoplasia em diferentes sítios do trato gastrointestinal é rara, muitas vezes, o diagnóstico correto pode ser difícil. Alguns autores suspeitam que a coexistência de diferentes tipos de tumor pode ser devido a um processo carcinogênico em comum ou a mutações genéticas. Porém, considerando o pequeno número de casos, a possibilidade desta sincronicidade ser esporádica parece ser maior. As opções de tratamento para tumores sincrônicos de diferentes sítios podem variar. No caso foi optado por realizar tratamento simultâneo das duas lesões no mesmo tempo cirúrgico. Em conclusão, cirurgião e patologista devem estar atentos para reconhecer o tumor sincrônico para um diagnóstico correto, que é fundamental para um planejamento terapêutico adequado.

PALAVRAS CHAVE

GIST adenocarcinoma sincronicos

Área

ESÔFAGO, ESTÔMAGO E INTESTINO DELGADO

Instituições

HC - FMUSP - São Paulo - Brasil

Autores

Soo Jin Lim, Henrique Simonsen Lunardelli, Andrea Jeammy Perez, Ernesto DIniz, Roberto Rasslam, Alberto Bitran, Luis Gustavo Gusberti, Cindel Nogueira Zullino