CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

RETIRADA DE CORPO ESTRANHO EM CAVIDADE RETRORBITARIA DE PACIENTE VITIMA DE AGRESSAO FISICA: RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que anualmente a taxa de trauma ocular gira e em torno de 55 milhões de casos em todo o mundo, sendo responsável por cerca de 750 mil internações. Dentre as principais causas de trauma ocular estão as lesões mecânicas acidentais por, projétil de arma de fogo, explosivos ou agressão por terceiros, através do uso de objetos.
A avaliação do trauma ocular deve basear-se em estabelecer o grau de acuidade visual, inspeção periocular com avaliação de motricidade e sensibilidade e exame oftalmológico detalhado. A utilização de exames de imagens pode auxiliar no diagnóstico de objetos não detectados pelo exame clínico.

RELATO DE CASO

Paciente F.J.C., 36 anos, admitido no Hospital Puc-Campinas, vítima de agressão física com pedaço de madeira. Paciente avaliado na emergência sob protocolo de trauma. Atendimento inicial ao paciente traumatizado sem alterações, salvo a lesão ocular. Observava-se orifício de entrada em região temporal esquerda, com protrusão de globo ocular, dificultando abertura ocular, edema conjuntival e papebral de olho esquerdo, hiperemia e dor. Realizada tomografia de face ee seios da face, com evidência de corpo estranho em região retro orbitária esquerda, estendendo-se até lâmina direita do osso etmóide, passando pelo septo nasal. Realizada ultrassonografia que evidenciou integralidade do nervo ótico e globo ocular. O Paciente foi submetido à retirada de corpo estranho pela equipe de Cirurgia de Cabeça e Pescoço através de acesso suprapalpebral. Não houve sangramento significativo nem qualquer lesão durante retirada do mesmo, com preservação do globo ocular e nervo óptico, evoluindo favoravelmente. Na reavaliação ambulatorial não apresentava qualquer déficit visual.

DISCUSSÃO

Nos serviços de emergência, pacientes vítimas de lesões no olho devido a penetração de corpos estranhos correspondem a 59%. De todos os casos relatados anualmente pela OMS, pelo menos 23 milhões deles, evolui com perda visual pelo menos unilateral. A maioria dos casos acomete o sexo masculino, com média de idade entre 16 e 45 anos. O paciente em questão, enquadra-se nessa faixa etária, bem como a causa de sua lesão está entre as mais comuns. No entanto, o mesmo evoluiu com preservação total de acuidade visual no olho acometido. Considerando a contaminação desses objetos, a antibioticoterapia deve ser ponderada e iniciada assim que houver qualquer suspeita de infecção local evitando que progrida com quadro séptico ou acometimento meníngeo. Para que se haja um diagnóstico correto, faz-se necessária a interação de diferentes especialidades. A radiografia é o exame de primeira escolha. No caso de fragmentos de madeira, devido a sua natureza radiotransparente, são melhor visualizados através de Tomografia. No caso do paciente a cima, o objeto foi integralmente identificado. Na maioria dos casos, está formalmente indicada ressecção cirúrgica desses objetos.

PALAVRAS CHAVE

corpo-estranho, retrorbitário, trauma ocular, cirurgia

Área

CIRURGIA CABEÇA E PESCOÇO

Instituições

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS - HOSPITAL PUC-CAMPINAS - São Paulo - Brasil

Autores

PAULA SREBERNICH PIZZINATO, JOSÉ LUIS BRAGA AQUINO, DOUGLAS ALEXANDRE RIZZANTI PEREIRA, LUIS ANTONIO BRANDI FILHO, FERNANDA FRUET, JOÃO PAULO ZENUN RAMOS, FELIPE RAULE MACHADO