CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

ABORDAGEM NAO OPERATORIA DO TRAUMA ABDOMINAL FECHADO COM LESAO ESPLENICA GRAVE: UM RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

Ao se suspeitar de acomentimento do baço (especialmente se a dor for referida em quadrante superior esquerdo) em casos de trauma abdominal contuso é necessária triagem na sala de emergência para a indicação de seguimento da investigação diagnóstica com métodos de imagem ou laparotomia exploradora de acordo com a estabilidade hemodinâmica do paciente. Historicamente, a abordagem inicial do trauma esplênico fechado se resumia a esplenectomia, entretanto, após descrições de complicações sépticas, o manejo tem se voltado para o tratamento não operatório, o que foi facilitado pelo aumento da precisão do diagnóstico através da tomografia computadorizada, que classifica as lesões de acordo com a American Association for the Surgery of Trauma em graus. As vantagens do tratamento conservador em lesões esplênicas de menor gravidade (I e II) já são bem estabelecidas na literatura, contudo, as mais complexas, como os graus III, IV e V ainda se mostram controversas.

RELATO DE CASO

JCOM, sexo masculino, 55 anos, é trazido ao serviço de emergência devido a queda de moto após colisão com automóvel. Tinha como antecedentes pessoais hipertensão, tabagismo, e obesidade. Apresentava-se lúcido, orientado no tempo e no espaço e estável hemodinamicamente, com escoriações em face e ombro esquerdo, abdome distendido e dor abdominal difusa á palpação, com descompressão brusca negativa. Demais sistemas encontravam-se preservados ao exame. Foram solicitadas tomografias computadorizadas (TC) de crânio e abdome devido ao mecanismo de trauma de alta energia, a primeira se mostrando sem alterações. Na TC de abdome foram evidenciadas lesões esplênicas, poupando o polo superior e cursando com hematoma maior que 50% da superficie e laceração com mais de 3 cm de profundidade (trauma esplênico grau III). Havia presença de líquido livre em cavidade abdominopelvica de moderada quantidade. O paciente foi internado na unidade de terapia intensiva e optado por prosseguir com tratamento não operatório, sendo realizados exames físicos seriados, analgesia, controle hematimétrico e medidas de suporte. Tomografia de controle após 5 dias revelou marcada redução da quantidade de hemoperitôneo e ausência de sangramento ativo. Permaneceu 2 dias na UTI e 6 dias na enfermaria, recebendo alta sem dor abdominal ou transfusão sanguinea. Segue em acompanhamento ambulatorial, assintomático.

DISCUSSÃO

Este relato de caso traz a experiência do efetivo manejo não operatório em lesões esplênicas graves, demonstrando sua importância ao considerar cuidadosamente o risco-beneficio que a mesma oferece ao paciente e reinterando a necessidade de avaliar individualmente cada caso.

PALAVRAS CHAVE

Trauma esplênico; tratamento não operatório

Área

TRAUMA

Instituições

FACERES - São Paulo - Brasil

Autores

Amely Covalero Silva Pinto, Paulo Eduardo Zerati Monteiro, Raphael Raphe