TÍTULO

SCHWANNOMA GASTRICO - TRATAMENTO VIDEOLAPAROSCOPICO: RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

O Schwannoma gástrico é um tumor submucoso que atinge cerca de 0,2% dos tumores do estômago, bem menos comum que os tumores estromais gástricos (GIST), leiomiomas ou leiomiossarcomas, tem característica exofítica e evolução lenta. São geralmente assintomáticos ou com sintomatologia não específica, sendo a mais comum manifestação a hemorragia digestiva alta (HDA). Raramente são palpáveis, e a hipótese diagnóstica é feita com auxílio de ultrassom, tomografia, endoscopia e eco endoscopia.

RELATO DE CASO

C.A.B., 54 anos, masculino, deu entrada pela urgência cirúrgica em dezembro de 2015 com quadro de melena, sem sinais de sangramento agudo no momento do atendimento. Antecedentes de hipertensão artérial sistêmica (HAS), diabetes mellitus (DM) e infarto agudo do miocárdio (IAM) em 2012, estava compensado clinicamente. A endoscopia digestiva alta (EDA) mostrou pangastrite e lesão subepitelial na parede anterior do corpo gástrico. Tomografia computadorizada com lesão expansiva, de contornos regulares e limites definidos, realçada pelo meio de contraste, medindo 4,1x3,6 cm. Foi submetido à laparoscopia com excisão em cunha da lesão, teve boa evolução com alta hospitalar no terceiro dia pós-operatório. Anatomopatológico com imuno-histoquímica mostrou Schwannoma gástrico com baixo grau de proliferação celular. Apresenta-se bem, sem queixas e em seguimento até o presente momento.

DISCISSÃO

Esses tumores apesar de raros devem ser considerados no diagnóstico diferencial dos tumores gástricos, já que o prognóstico é muito bom quando comparado aos tumores estromais, sendo predominantemente benignos, e sem recidivas se a técnica terapêutica, exérese em cunha da lesão, for efetuada com boa margem de segurança. Exames de imagem como endoscopia digestiva alta e tomografia de abdome são importantes para aventar hipótese de tumor gástrico em conjunto com sintomatologia compatível, delimitando local de lesão e ajudando na escolha cirúrgica; no entanto, diagnóstico final é obtido apenas com a análise do anatomopatológico com imuno-histoquímica, que é positiva para a proteína S-100. Dentre as abordagens possíveis para exérese da lesão estão a endoscópica, aberta e videolaparoscópica, sendo que a última costuma apresentar menor taxa de sangramento e menor tempo de internação. O Schwannoma gástrico é lesão subepitelial rara e com sintomatologia quase ausente e crescimento lento. A excisão em cunha costuma ser resolutiva, mas o seguimento do paciente por longo período é importante a fim de controlar recidivas ou sintomatologias de disfunção do remanescente gástrico. A técnica videolaparocópica constitui método de tratamento seguro, com menor tempo de reabilitação e alta hospitalar.

PALAVRAS CHAVES

SCHWANNOMA, VIDEOLAPAROSCOPIA, LESÃO GÁSTRICA

Área

ESÔFAGO, ESTÔMAGO E INTESTINO DELGADO