CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

RELATO DE CASO DE HERNIA DE AMYAND

INTRODUÇÃO

A hérnia de Amyand foi inicialmente descrita pelo cirurgião francês Claudius Amyand em 1735. Caracteriza-se pela presença de hérnia inguinal cujo saco herniário contém o apêndice cecal em seu interior, seja em condição inflamatória ou não. Sua apresentação clínica não difere das manifestações de qualquer hérnia inguinal. Trata-se de uma condição rara encontrada em apenas 1% das hérnias inguinais. O diagnóstico pré-operatório da hérnia de Amyand é raro, sendo, na maioria dos casos, realizado durante a intervenção cirúrgica. O relato presente tem como objetivo orientar os cirurgiões sobre como diagnosticar e tratar esta patologia.

RELATO DE CASO

Paciente do sexo masculino, 65 anos, procurou serviço de cirurgia queixando-se de dor e abaulamento em região inguino-escrotal direita há 2 anos. Ao exame físico, durante manobra de Valsalva, foi evidenciado abaulamento redutível em região inguinal direita. Solicitado ultrassonografia de abdome com diagnóstico de hérnia inguinal direita sem sinais obstrutivos. Encaminhado ao centro cirúrgico sob caráter eletivo e programado herniorrafia inguinal. No intra-operatório, o saco herniário oriundo do anel inguinal interno evidenciava a presença do apêndice cecal em seu interior, sem sinais isquêmicos ou inflamatórios. Procedeu-se a apendicectomia profilática, exérese do saco herniário e correção da parede abdominal utilizando-se da técnica de Lichtenstein. Paciente apresentou evolução clínica satisfatória, recebendo alta hospitalar no 1º pós-operatório (PO). No acompanhamento ambulatorial no 10º PO, paciente encontrava-se sem queixas ou intercorrências.

DISCUSSÃO

A etiopatogenia da hérnia de Amyand trata-se da presença do apêndice cecal dentro do saco herniário, seja em condição de apendicite aguda ou não. Nos casos de apendicite aguda torna-se um diagnóstico ainda mais raro e excepcional, girando em torno de 0,13%. No entanto, sua incidência pode ser ainda maior devido ao fato de que, durante o ato cirúrgico, o saco herniário é frequentemente reduzido não havendo sua exploração. A maior discussão acerca dessa condição consiste na realização ou não da apendicectomia frente a um apêndice sem alterações patológicas. A classificação da hérnia de Amyand de Losanoff e Basson (Tipo I–hérnia de Amyand com apêndice ileocecal normal; Tipo II–hérnia de Amyand com apendicite aguda e infecção contida ao saco herniário; Tipo III–hérnia de Amyand com apendicite aguda e peritonite; Tipo IV–hérnia de Amyand com apendicite aguda e com patologia extra-apendicular síncrona) versa sobre a realização ou não da apendicectomia durante a abordagem cirúrgica. Se existir apendicite aguda está preconizado, evidentemente, a realização de apendicectomia. Diante da presença do apêndice cecal sem sinais inflamatórios no saco herniário, tende-se a realização da apendicectomia, tendo em vista a facilidade da execução do procedimento.

PALAVRAS CHAVE

hernia amyand

Área

MISCELÂNIA

Instituições

hospital irmaos penteado - São Paulo - Brasil

Autores

Tayssa Brandao Pacheco, Carlos Eduardo Soares Souza Lima, Nathacia Bernardo Chimello, Tábata Paola Malta de Araujo, Lucas Jose Galvani, Caio Costa Mattos