CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

DOENÇA DE CROHN ESOFAGICA MANIFESTADA POR ABSCESSO CERVICAL - RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

A Doença de Crohn caracteriza-se por doença inflamatória crônica, que acomete qualquer segmento do trato digestivo, desde a boca até o ânus, transmural e recidivante. Classificada, de acordo com localização, em ileal, colônica, ileocolônico, doença restrita ao trato gastrointestinal alto (boca, língua, esôfago, estômago e duodeno) ou envolvimento perianal. Os sintomas mais comuns são dor abdominal, diarreia, febre ou perda de peso. Em alguns casos, podem iniciar por sintomas extra-intestinais (boca, língua, esôfago, estômago e duodeno), dificultando seu diagnóstico clínico.

RELATO DE CASO

B.R.O, 19 anos, feminino, previamente hígida e com antecedente de amigdalectomia há 8 anos, procurou serviço com quadro de anemia microcítica sintomática, associada a adinamia, epigastralgia, diarreia há 3 semanas, perda ponderal maior que 10% do peso corporal, úlceras orais, proctalgia, sangramento anal episódico. Sem relato de febre. Apresentava um abscesso fistulizado submandibular à direita de 3 anos de evolução, com vários tratamentos realizados e sem sucesso. Durante investigação, foram afastados diagnósticos de lupus eritematoso sistêmico, citomegalovirus, tuberculose e doenças auto-imunes. Realizou endoscopia digestiva alta que mostrou úlceras esofágicas e pangastrite enantematica leve, tendo anatomopatológico (AP) de esofagite crônica ulcerada. Colonoscopia evidenciou ulcerações confluentes em região perianal e grande ulcera profunda no limite do canal anal com reto distal de 2-3 cm de diâmetro, sendo o AP positivo para processo inflamatório crônico ulcerado. Imuno-histoquimica do canal anal indicou processo inflamatório crônico policlonal em mucosa de reto, ulcerado. Diagnosticada com doença de Crohn, iniciou tratamento com prednisona e mesalazina em dose alta, apresentando melhora significativa dos sintomas e regressão do abscesso cervical. Paciente segue em acompanhamento ambulatorial.

DISCUSSÃO

Uma vez que o envolvimento esofágico é raro, pacientes com sintomas extra-intestinais devem ser submetidos à endoscopia digestiva alta com biópsias, sendo o diagnóstico de Doença de Crohn esofágica considerado se úlceras ou estenoses aftosas ou profundas estiverem presente.

PALAVRAS CHAVE

doença de crohn esofágica, doença inflamatória intestinal, abscesso cervical

Área

COLOPROCTOLOGIA

Instituições

Hospital Geral de Itapevi - São Paulo - Brasil

Autores

Marililia Loureiro Gois Cavalcante, Amanda Araujo Mendes, Jessica Santos Oliveira, Braulio Victor Brandão Ladeia, Fernando Torres Vasques, Mohamed Ibrahim Ali Taha, Priscilla Climaco Rebouças, Maria Helena Luz Machado Pereira