CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

ADENOMA HEPATICO VOLUMOSO: UM RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

Os tumores benignos mais freqüentes são o hemangioma hepático, a hiperplasia nodular focal e o adenoma hepático (AH). Devido a possibilidade de risco de sangramento e malignização, além de apresentações tipicamente volumosas, o AH necessita de uma abordagem sistematizada, a fim de evitar iatrogenias. Diante disso, os autores relatam um caso de adenoma hepático, volumoso, benigno, em paciente feminina.

RELATO DE CASO

S.O.F., 42 anos, queixa principal de dor em hipocôndrio direito. À tomografia computadorizada, observa-se volumosa massa complexa, heterogênea, de contornos regulares, com centro predominantemente hipoatenuante, contendo septações de permeio e realce periférico após administração do meio de contraste em segmento hepático IV/VIII, de dimensões de 10,0 x 8,2 x 7,4 cm (volume ~ 600 cm³). Paciente evoluiu para internação em leito de CTI, realização de laparotomia com colecistectomia e enucleação de adenoma hepático, que relevou em laudo anatomopatológico adenoma hepático, com extensas áreas de necrose coagulativa e degeneração cística, esteatose macro e microvesicular acentuada, esteatohepatite com esboço nodulares fibrosos e ausência de critérios de malignidade.

DISCUSSÃO

O AH é um tumor sólido benigno e de rara incidência, acometendo 1:100.000 mulheres, com maior prevalência na idade reprodutiva. Uso de contraceptivos orais, uso de esteroides anabolizantes e doenças de acúmulo de glicogênio são fatores que estão intimamente relacionados ao surgimento do AH, sendo que, a paciente apresentava apenas o uso de contraceptivos orais como fator de risco.
Diante da possibilidade de evolução com complicações hemorrágicas ou malignas, o rastreio e diagnóstico do AH faz-se necessário. Sendo que o diagnóstico é realizado através de exame anatomopatológico, obtido por biópsia ou ressecção, pois não apresenta características típicas à investigação radiológica, sendo apenas achados sugestivos nos exames de imagem atualmente disponíveis.
As literaturas que abordam a conduta, relatam que, de modo geral, os principais centros médicos expõem que a indicação de ressecção é reservada para AH sintomáticos ou maiores que 5 cm devido ao risco de malignização, e lesões menores assintomáticas são observadas e o uso de anticoncepcional oral é suspenso, além de a ressecção por via laparoscópica nos tumores com indicação cirúrgica em segmentos anatomicamente favoráveis, como no setor lateral esquerdo (segmentos 2 e 3) e os anteriores (4b, 5, 6).
Conclui-se que o AH deixou recentemente de ser lesão de ressecção obrigatória e atualmente, adota-se conduta mais individualizada, visando menor morbimortalidade e que garanta melhor prognóstico ao paciente.

PALAVRAS CHAVE

Neoplasia hepática. Adenoma. Ressecção Hepática.

Área

FÍGADO, VIAS BILIARES E PÂNCREAS

Instituições

Uniderp - Mato Grosso do Sul - Brasil

Autores

Giovana Maria Rigo, Ivair Ximenes Lopes Júnior, Adriana Souza Rós, Cézar Augusto Vendas Galhardo, Carlos Henrique Marques dos Santos, Doroty Mesquita Dourado