CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

INGESTAO DE FIOS DE COBRE POR PRESIDIARIO COM NECESSIDADE DE INTERVENCAO CIRURGICA

INTRODUÇÃO

Dos corpos estranhos ingeridos, 80% são eliminados espontaneamente, sem necessidade de intervenção, 10% a 20% necessitam de intervenção endoscópica e apenas 1% de cirurgia. Nesse relato, foi descrito a ingestão de fios de cobre por um paciente e houve a necessidade de uma laparotomia exploratória associada a gastrotomia.

RELATO DE CASO

J.S.E., sexo masculino, 21 anos, deu entrada no PS do Hospital Universitário Alzira Velano deambulando relatando dor abdominal intensa iniciada há 24 horas. Relatou ter feito ingestão de fios de cobre há um mês e piora da dor associada a vômitos e náuseas. No momento não soube relatar quantos episódios ocorreram. Além disso, relatou uso de drogas há 11 anos, não foram especificadas. Mas, afirma estar sem usar há 6 meses.
Sugeriu-se que o paciente realizasse uma laporotomia explorativa associada a uma gastrotomia. No pré-operatório, o paciente encontrava-se ansioso e com a PA 180 x 60 mmHg. Descrição do operatório: Paciente sobre anestesia geral balanceada em DDH, foi realizado antissepsia e colocação de campos primários e secundários. Em seguida foi realizado uma incisão mediana supra umbilical com a abertura por planos; gastrotomia; retirada de 3 corpos estranhos (arame) de região gástrica e duodenal. Foi realizado rafia com Prolene 3 alocado penrose em região gástrica, foi feita a revisão da hemostasia do paciente, o fechamento por planos e finalmente o curativo oclusivo. Durante a cirurgia foram administrados Cefazolina 2g, Dipirona 6 mgs, Morfina, 8 mg de Ondansetrona 8 mg e Dexametasona 10mg. O paciente foi intubado acionando acesso venoso periférico. Colocou dreno no flanco esquerdo tipo penrose e sondas drenando do tipo SNG. Na saída da cirurgia, paciente estava com sonda penrose PA: 95 x 54 mmHg, saturação de O2 98%, e em soroterapia. Não houve intercorrências, o paciente foi extubado e recuperou na sala, com sinais vitais estáveis. Foi encaminhado para o setor de origem com curativo oclusivo na região do abdômen sem sangramento.
No pós operatório, paciente encontrava-se em um bom estado geral, corado, hidratado, anictérico, boa perfusão capilar, pulso simétricos, SAT de o2: 94% ; PA: 120 x 70 mmHg. Relatou presença de dor em hipocôndrio direito e hipogástrio. Foi medicado com Dipirona 5mg para a dor e foi mantido a antibioticoterapia. Teve evolução dentro do esperado e recebeu alta com novo plano terapêutico com tomar Tramadol 50mg de 8/ 8 hrs, Dipirona 500mg de 6/6 hrs, Cefitriaxona 1g 12/12 hrs, Ranitidina 50mg 8/8 hrs, Metaclopramida 5mg 8/8 hrs, Diazepam de 5mg 1 vez ao dia e Captopril de 8/8 hrs.

DISCUSSÃO

O caso descrito é de suma importância pois, apenas uma pequena quantidade de casos de ingestão de corpos estranhos necessitam de intervenção cirúrgica(1%). Além disso, o paciente ingeriu um corpo estranho classificado como cortante, tendo portanto um grande risco de causar lesões e perfurações no trato gastrointestinal.

PALAVRAS CHAVE

Corpo estranho. Laparotomia exploratória. Gastrotomia.

Área

ESÔFAGO, ESTÔMAGO E INTESTINO DELGADO

Instituições

Universidade José do Rosário Vellano-Alfenas - Minas Gerais - Brasil

Autores

André Dias Coni, Marcus Odilon Andrade Baldim, Isabela Cristina Semensato Carloni, Emerson Silva Rabelo, Ioná Moreira Bento, Brenda Gersanti Borba, Danielle da Fonseca, Stefanny Berton de Moura Oliveira