CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TITULO

EXPERIENCIA DO SERVIÇO DE CIRURGIA DE CABEÇA E PESCOÇO DA SANTA CASA DE MISERICORDIA DE SAO PAULO EM LARINGECTOMIAS PARCIAIS SUPRA CRICOIDEAS DO PERIODO ENTRE 2013 E 2017

OBJETIVO

Avaliar a experiência do Serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo em Laringectomias parciais supracricóideas (LPSC) do período entre 2013 e 2017, Identificando complicações e controle oncológico.

MÉTODO

Trata-se de um estudo descritivo transversal, com análise dos dados de prontuário dos pacientes submetidos a LPSC no período de 2013 a 2017 obtidos através da consulta de prontuário médico.
Foi utilizado o programa IBMSPSS Statistics, versão 21 para cálculo estatístico. Os dados analisados foram: idade, procedimento, estadiamento clínico-patológico, laudo anatomopatológico, subsítio do tumor, tempo de internação, estadiamento final, complicações pós-operatórias divididas em maiores e menores, e precoces e tardias, sendo precoces até 15 dias do procedimento cirúrgico e tardias após esse período.

RESULTADOS

Dentre a amostra, foram encontrados um total de 15 pacientes submetidos a LPSC em nosso serviço no período de janeiro de 2013 a julho de 2017. A idade média dos pacientes foi 60 anos e a mediana 61 anos. O sexo mais frequente foi o masculino, compondo 73,3% da amostra (11 casos), contra 26,7% do sexo feminino (4 casos). O sitio mais frequente do tumor foi o glótico contando com 10 casos (66,7%) os outros 5 casos (33,3%) foram de supraglóticos. O estadio mais frequente foi o III, com 7 casos (46,7%), seguido do estádio IVa com 5 casos (33,3%) e o estádio II encontrado em 3 casos (20%). O tempo de internação mínimo foi de 6 dias, e o máximo de 45 dias com a mediana de 9 dias. As complicações compuseram um total de 10 casos (66,7%) sendo subdvidido em maiores: 6 casos (40%) e menores: 4 casos (26,7%). Dentre as complicações maiores a mais comum foi estenose de neoglote (13,3%). Foram consideradas complicações precoces: 3 casos (20%) e tardias: 6 casos (40%), e em 1 caso, encontrado complicações precoce e tardia (6,7%).
Os pacientes foram acompanhados em consultas ambulatoriais no pós-operatório entre 2 e 44 meses (mediana: 31 meses), tendo 1 caso perdido seguimento, em todos os outros 14 casos não foram constatados recidivas locais ou metástases a distância no período estudado com controle oncológico de 100% dos pacientes que mantiveram acompanhamento.

CONCLUSÕES

A LPSC é uma opção terapêutica do carcinoma espinocelular, evitando a presença definitiva da traqueostomia e a perda irreversível da voz laríngea. Em nossa experiência de 15 casos encontramos epidemiologia compatível com a literatura, porém uma taxa de complicações maior do que encontrado em outros estudos, isso provavelmente se deve ao nosso grupo de estudo ter em sua maioria tumores glóticos e supraglóticos avançados (estádio III e IV), quando comparado aos estudos analisados neste trabalho que apresentavam uma frequência maior de estádios I e II. Evidenciamos também no seguimento pós-operatório bom controle oncológico, não sendo diagnosticado nenhuma recidiva tumoral durante o acompanhamento.

PALAVRAS CHAVE

Laringectomias Parciais, Câncer de Laringe, Tumor glótico, Tumor supraglótico

Área

CIRURGIA CABEÇA E PESCOÇO

Instituições

Santa Casa de Misericórdia de São Paulo - São Paulo - Brasil

Autores

JENNIFER NAKAMURA RUAS, JULIO PATROCINIO MORAES, CAROLINE SILVA SEIDLER, LEANDRO AUGUSTO B SILVA, MARIANNE YUMI NAKAI, MARCELO BENEDITO MENEZES, ANTONIO JOSE GONÇALVES