CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

RESULTADOS CIRURGICOS DA MINILAPAROSCOPIA EM UROLOGIA: REVISAO DE LITERATURA

OBJETIVO

Os acessos operatórios minimamente invasivos são técnicas de menor agressão ao paciente e melhor resultado estético, além de permitirem difusão de conhecimento devido ao uso de equipamento de vídeo, podendo todos membros da equipe ter visão do campo operatório. O termo "mini-laparoscopia" (ML) é amplo e engloba todas as técnicas que utilizam incisões e instrumentos menores que a laparoscopia convencional (LC) (5-12 mm). Inicialmente, a ML não apresentou boa aceitação pela resolução limitada das óticas de 5 mm e pela menor durabilidade dos primeiros instrumentais. Posteriormente, com a utilização da ótica convencional de 10 mm no portal umbilical, melhora tecnológica dos instrumentos de menor calibre, a ML voltou a despertar o interesse dos cirurgiões na redução da invasão da laparoscopia convencional e de cicatrizes. O objetivo deste trabalho é avaliar os resultados da ML versus LC em cirurgias urológicas através de revisão da literatura.

MÉTODO

Realizada busca na plataforma PubMed com palavras-chave: mini laparoscopy, minilaparoscopy e urology, resultando em 107 publicações, sendo excluídos artigos que não contemplavam os dois temas diretamente e os relatos de caso. Selecionados 14 artigos para revisão.

RESULTADOS

Os primeiros procedimentos descritos por ML foram colecistectomias. Uma meta-análise de Takur, Schlachta & Jayaraman (2011) demonstrou menor ocorrência de eventos adversos, retorno mais precoce às atividades habituais e melhor resultado estético em pacientes operados com ML. Em um estudo randomizado de Dabbagh et al. (2015), que comparou colecistectomias realizadas por ML e cirurgia de portal único, a taxa de complicações pós operatórias foi semelhante, mas a abordagem por ML apresentou menores tempo operatório e de permanência hospitalar. Há vários procedimentos urológicos descritos por ML, de pequeno porte a cirurgias de maior complexidade, como prostatectomia radical e nefrectomia parcial com resultados iguais ou superiores à LC. Autorino et al (2012) comparou a percepção de urologistas na ML e LC, e demostrou boa aceitação da ML na especialidade. Diante do tamanho reduzido do porta-agulha e pinças, o manuseio da agulha parece ser mais fácil na ML, facilitando a realização de sutura intra-corpórea. Um fator limitante é o custo, pois trocarteres e pinças de ML são mais caros em comparação à LC. A resolução da imagem não é mais um fator limitante, devido à melhora tecnológica e pela possibilidade de usar ótica de 10 mm com pouco prejuízo estético

CONCLUSÕES

A ML, que inicialmente apresentou bons resultados em outras especialidades cirúrgicas, aparece como boa opção para cirurgias urológicas diversas, mesmo de grande porte. Em um cenário que o paciente exige um resultado cosmético melhor, a ML apresenta-se como excelente alternativa. Apesar dos trabalhos descritos demonstrarem que a técnica é factível, são necessários mais estudos, randomizados com mais pacientes.

PALAVRAS CHAVE

mini laparoscopia, minilaparoscopia, urologia, cirurgia minimamente invasiva

Área

UROLOGIA

Instituições

FMRP-USP - São Paulo - Brasil

Autores

Juliana Hernandes Seribeli Fernandes, Gilfred Canuto Pereira, Marina Sider Monte Alegre, Henrique Donizetti Bianchi Florindo, Gustavo Miranda Leal, Marcos Augusto de Moura Marques, Juliana Pilati Yamashita, Matheus Pires Milhomem