CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

OSTEOCONDROMA EM COLUNA TORÁCICA: RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

O osteocondroma, ou exostose osteocartilaginosa, é uma protuberância óssea envolta por capa cartilaginosa, formada na superfície externa do osso, cujo crescimento se dá na porção cartilaginosa; podendo se apresentar sob forma de lesão única ou de diversas lesões. Possui apresentação normalmente assintomática e achados casuais de radiografia, porém necessita de exame complementar de imagem em casos de localização atípica ou malignização da lesão.

RELATO DE CASO

Paciente C.I.T., gênero feminino, relata dor em região da coluna lombar, há 5 anos de evolução, com tratamento de analgésicos. Há 7 meses, relata piora da dor em região torácica, irradiada para região abdominal e coxas bilaterais associada a paraparesia de MMII.
Exame físico constatou hipoestesia tátil e térmica abaixo de T4, hiperreflexia patelar bilateral principalmente à esquerda e força Grau II em MMII.
RMI evidenciava, ao nível do forame neural esquerdo de T4 e T5, lesão de formação expansiva, intradural, extramedular, comprimindo a medula, com extensão para mediastino posterior, onde apresentava grande volume, de contorno lobulado e definido.
Paciente submetida ao procedimento cirúrgico, sendo realizado pela equipe de neurocirurgia e cirurgia geral. Abordagem via anterior, através de toracotomia, sendo necessário, durante acesso, retirada do arco costal de T4 e T5 á direita para melhor visualização. Evidenciado lesão expansiva envolvendo aorta com aspecto cartilaginoso, característica que facilitou sua exerese, até exposição do forame de T4.
No pós operatório, houve melhora do déficit motor, apresentando, no anatomopatológico, osteocondroma simples. Após consulta oncológica, orientou-se acompanhamento por imagens, sem necessidade de terapia complementar. Em última visita ambulatorial, paciente segue com força grau IV, permanecendo com hipoestesia.

DISCUSSÃO

Representando 10% dos tumores ósseos, os osteocondromas incidem sobretudo nos ossos longos de membros inferiores (maiores acometimentos nos joelhos, em especial, diáfise de ossos longos). Na manifestação vertebral (2,5% a 4% do total de casos diagnosticados), ocorrem no arco neural posterior e no processo espinhoso; podendo também acometer corpo, pedículos e articulação intervertebral. A localização torácica é a mais predominante, enquanto a lombar, a mais rara.
Complicações vasculares são raras. Ocorrem frequentemente em jovens, quando o crescimento da exostose se dá próximo a vasos, gerando lesões arteriais (mais comuns, nas quais a mais descrita é o pseudoaneurisma) e venosas. Edema de longa duração, claudicação, parestesia e dor tipo queimação são sintomas mais usuais dentro de tais quadros vasculares.
Para seu diagnóstico, além de angiografia, realiza-se eco-Doppler colorido, capaz de diagnosticar simultaneamente trombose arterial, venosa e pseudo-aneurisma. O tratamento das lesões ósseas e vasculares é feito concomitantemente, sendo o último posto como urgência, para se evitar lesões irreversíveis.

PALAVRAS CHAVE

osteocondroma, toracotomia

Área

TÓRAX

Instituições

Universidade José do Rosário Vellano - Minas Gerais - Brasil

Autores

Marilia Perez Caramore, Luiz Henrique Torres Costa, Camilla Ribeiro de Oliveira, Juliana Navas Braga, André Dias Coni, Lisandra Ayusso, André Diniz Condignole, Renato Ortolani M. de Castro