CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

TRATAMENTO NAO OPERATORIO DE FERIMENTO PENETRANTE DE TRANSIÇAO TORACOABDOMINAL DIREITA: RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

O tratamento não operatório tem se tornado padrão no trauma contuso, incluindo o hepático e renal. No entanto, no tratamento de ferimentos penetrantes de transição toracoabdominal ou renal penetrante, o tratamento cirúrgico costuma ser regra, em alguns casos aumentando a morbidade de pacientes que poderiam ser tratados conservadoramente. O sucesso do tratamento não operatório para trauma renal penetrante (inclusive em lesões de maior grau) varia na literatura de 60-90%. Este é um relato de caso de caso de trauma penetrante por arma de fogo, conduzido de forma não operatória.

RELATO DE CASO

: Homem, 34 anos, vítima de ferimento por arma de fogo na transição toracoabdominal direita, estável hemodinamicamente na admissão. Na avaliação secundária apresentava dor em hipocôndrio direito, ferimento de entrada do projétil dorsal à direita e hematúria. Realizada tomografia computadorizada (TC) de tórax e abdome, que evidenciou hemotórax pequeno à direita, laceração hepática grau II e lesão renal grau IV, com lesão de sistema coletor. Drenado tórax com saída de 300 ml de sangue e optado por tratamento não operatório para lesões renal e hepática. Foi mantido em leito monitorizado e manteve hemoglobina estável. Após 72h, por dor persistente, repetiu-se TC de abdome com achado de pequeno extravazamento de urina do sistema coletor, com posterior implante de cateter duplo J. Evoluiu bem e teve alta após 7 dias.

DISCUSSÃO

O trauma renal penetrante representa 15% dos traumas do sistema genitourinário. Nem sempre os sinais clínicos (dor, equimose, hematúria) estão presentes e deve haver suspeita de acordo com mecanismo e topografia da lesão. TC com contraste é o padrão ouro em pacientes estáveis e a fase tardia (10 minutos após contraste) é importante para diagnosticar lesões do sistema coletor. A maioria dos pacientes estáveis sem extravazamento de urina podem ser manejados sem cirurgia; ferimentos por arma de fogo e por arma branca com grau ≥ III tem maior risco de complicações como sangramento, infecção, abscesso, urinoma e fístulas urinárias

PALAVRAS CHAVE

trauma renal; trauma hepatico; ferimento penetrante transição toracoabdominal

Área

TRAUMA

Instituições

FMRP-USP - São Paulo - Brasil

Autores

Matheus Pires Milhomem, Gilfred Canuto Pereira, Mauricio Godinho, Marina Sider Monte Alegre, Jorge Luiz Carnesecca, Juliana Hernandes Seribeli, Marcos Augusto de Moura Marcos, Gustavo Urbano