CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

ASPECTOS TECNICOS DO TRATAMENTO CIRURGICO DA ESTENOSE CAUSTICA DE ESOFAGO: ESOFAGECTOMIA X ESOFAGOCOLOPLASTIA

OBJETIVO

O acidente cáustico provoca frequentemente esofagite corrosiva e estenose esofágica. Excluindo suicídios, a ingestão de material corrosivo é geralmente acidental para pacientes adultos. O tipo e a quantidade do material corrosivo ingerido, a duração da lesão da mucosa e a eficácia dos primeiros cuidados são os principais fatores que intenferem no desenvolvimento da estenose esofágica. Existem diferentes modalidades de tratamento cirúrgico para estenose cáustica descritos: pode ser realizada esofagectomia com reconstrução com tubo gástrico ou esofagocoloplastia. Os dados disponíveis na literatura sobre o tratamento no paciente adulto são extremamente limitados, incluindo apenas pequenos grupos de pacientes. O objetivo deste estudo foi comparar as taxas de mortalidade pós-operatória de pacientes com estenose cáustica do esôfago submetidos ao tratamento cirúrgico com esofagectomia + gastroplastia e esofagocoloplastia do serviço de cirurgia geral do Hospital Júlia Kubitschek.

MÉTODO

Entre Janeiro de 2010 e Junho de 2018, 40 pacientes foram submetidos ao tratamento cirúrgico da estenose de esôfago no Hospital referido. Foi avaliada a taxa de mortalidade pós-operatória durante este período destes, de acordo com a técnica cirúrgica realizada.

RESULTADOS

Os dados da literatura revelam que apenas poucos pacientes adultos são submetidos à tratamento cirúrgico para estenose cáustica do esôfago e que o melhor procedimento para manejar estes pacientes ainda é motivo de debate. Os procedimentos para reestabelecer o trânsito intestinal descritos são a transposição do cólon (esofagocoloplastia) ou a confecção do tubo gástrico. Esta última técnica apresenta como vantagens oferecer menores alterações anatômicas e precisar de menor número de anastomoses. A literatura demonstra que a maioria dos casos de ingesta cáustica não resultam em alterações anatômicas ou perfurações do estômago, tornando esta técnica factível para a maioria dos pacientes.
Entre os 40 pacientes submetidos ao tratamento cirúrgico de estenose cáustica no Hospital Júlia Kubitschek, 15 foram submetidos à esofagocoloplastia e 25 foram submetidos à esofagectomia com reconstrução com tubo gástrico. A taxa de mortalidade pós-operatória foi de 20% para os pacientes que utilizaram o colon e de 0% para os que reconstruíram o trânsito à partir da gastroplastia.
A esofagocoloplastia está associada a maior alteração na anatomia gastrointestinal em relação ao tubo gástrico, causando maior morbi-mortalidade ao procedimento. Por isso, existem autores que recomendam que esta técnica deveria ser adotada apenas nos pacientes em que o estômago não esteja viável para a reconstrução do trânsito

CONCLUSÕES

A experiência do serviço no tratamento cirúrgico de estenose cáustica entre 2010-2018 mostra taxa de mortalidade factível para tratamento destes pacientes. Foi identificada menor mortalidade no subgrupo submetido a esofagectomia + tubo gástrico em relação ao subgrupo submetido a esofagocoloplastia.

PALAVRAS CHAVE

Estenose cáustica do esôfago
Esofagogastroplastia

Área

ESÔFAGO, ESTÔMAGO E INTESTINO DELGADO

Instituições

HOSPITAL JÚLIA KUBITSCHEK - Minas Gerais - Brasil

Autores

LUIS FERNANDO RESENDE MARQUES, TARCISIO VERSIANI AZEVEDO FILHO, PEDRO POLASTRI LIMA PEIXOTO, RAFAEL ALVES CARVALHO, THAIS ANDRESSA SILVA FAIER, PHELIPE GABRIEL DOS SANTOS SANTANA, RAQUEL FERREIRA NOGUEIRA, FELIPE FIGUEIREDO MACIEL