CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

FISTULA INTERNA PANCREATICA POS PANCREATITE AGUDA BILIAR: UM RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

Fístula é usualmente definida como comunicação anormal entre duas faces revestidas por epitélio. No caso da fístula pancreática (FP), essa definição deve ser mais abrangente, incluindo, também, comunicações entre o ducto pancreático e a cavidade peritoneal ou a cavidade pleural, assim como a comunicação entre o ducto e víscera oca ou pele

RELATO DE CASO

Paciente do sexo feminino, de 20 anos de idade, atendida no pronto-socorro com quadro de pancreatite aguda biliar. A mesma foi admitida em unidade de terapia semi-intensiva e tratada conforme protocolos próprios da instituição que preconizam os seguintes parâmetros: até três critérios de Ransom e classificação tomográfica de Balthazar A, B e C: tratamento clínico de suporte de vida avançado (em UTI); sete ou mais critérios de Ransom e classificação Balthazar D: tratamento cirúrgico e/ou endoscópico. Com conduta específica, a paciente evoluiu com melhora do quadro doloroso, vômitos e com estabilidade hemodinâmica, até que ao cabo do 18º dia surgiu um quadro de distensão abdominal com sinal do Piparote presente, uma amilasemia persistentemente elevada, e o reaparecimento de uma intensa dor abdominal, em especial nos flancos. Foi então solicitada uma nova tomografia a qual revelou importante ascite e volumosa formação cística retroperitoneal e retrogástrica, sem demonstrar limites pancreáticos precisos, sugestivos, portanto, do diagnóstico de ascite e de pseudocisto pancreático. Tal quadro motivou a dosagem da amilase peritoneal e albumina, as quais foram compatíveis com o diagnóstico de fístula interna pancreática

DISCUSSÃO

A Fístula Pancreática é uma comunicação anormal entre o pâncreas e órgãos, estruturas ou espaços, adjacentes ou distantes. A principal causa é o extravasamento de secreções pancreáticas a partir da ruptura dos ductos pancreáticos devido a uma doença do seu parênquima, trauma ou cirurgias. O diagnóstico dessa patologia é suspeitado a partir de dados clínicos e radiológicos. Ao exame físico, dois dos principais achados são: distensão abdominal e macicez à percussão dos flancos; o sinal de Piparote pode estar presente. A presença de um fluido rico em amilase (níveis acima de cinco vezes o da amilase sérica) é o marco das FPs e vários são os métodos de imagem úteis para o diagnóstico dessa condição clínica, dentre eles o padrão-ouro é a Colangiopancreatografia Endoscópica Retrógrada. O tratamento para PFs pode ser conservador, percutânea (radiológico), endoscópica ou cirúrgica. Na maioria dos pacientes, a terapia inicial para ambas as fístulas internas e externas devem ser conservadora já que a resolução pode ser esperado em cerca de 75% dos pacientes dentro de quatro a seis semanas. Se medidas conservadoras falharem, se deve caracterizar a fístula, com uma tomografia computadorizada ou CPRE, reservando fistulografia para FPs externas. Para fístulas internas é sugerida a drenagem endoscópica com ou sem terapia transpapilar com stents

PALAVRAS CHAVE

Fistula Pancreatica, Pancreatite Aguda Biliar

Área

FÍGADO, VIAS BILIARES E PÂNCREAS

Instituições

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - Rio Grande do Norte - Brasil

Autores

Luis Felipe Revoredo Antunes de Melo, Nastassja Morgana Sousa Figueiredo, Jose Jandi Sousa Júnior, Caio Henrique Freire