CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

HERNIA INGUINOESCROTAL GIGANTE: UM RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

A hérnia inguinoescrotal gigante (HIG) é uma complicação infrequente das hérnias inguinais decorrentes da não operação precoce. Conceitualmente definhada como aquela que ultrapassa o ponto médio da face interna na coxa. Além do aspecto estético e da mobilidade reduzida, pacientes queixam-se também de retenção urinária, ulceras de pressão, infecções secundárias e afundamento do pênis no escroto. HIGs são geralmente crônicos e contem órgãos intra-abdominais, sendo a cirurgia o tratamento definitivo.

RELATO DE CASO

Paciente do sexo masculino, 53 anos, referenciado ao ambulatório de Cirurgia Geral do HMCC com queixa de grande abaulamento em região escrotal há cerca de 30 anos. Antecedente de epilepsia, sem outras comorbidade. Ao exame físico observou-se volumosa hérnia inguinoescrotal esquerda volumosa na altura do joelho ipsilateral, irredutível e sem sinais de sofrimento de alça. Restante do exame sem achados dignos de nota. Tomografia computadorizada mostrou presença de grande porção do cólon no saco herniário.

Foi indicado a correção cirúrgica convencional por inguinotomia sob anestesia geral: após abertura do saco herniário visualizou-se sigmóide, cólon ascendente e parte do omento maior. Somente após ressecção do omento conseguiu-se a redução do conteúdo herniário. Procedeu-se com a colocação de tela pela técnica de Linchenstein e deixado dreno à vácuo. Não foi realizado a ressecção da pele excedente.

Teve boa evolução no pós-operatório (PO) imediato, sem queixas de dispnéia ou qualquer outro sintoma sugestível de síndrome compartimental abdominal. Paciente recebeu alta no terceiro PO, já sem o dreno, para seguimento ambulatorial e programação de ressecção da pele excedente em um segundo momento.

DISCUSSÃO

A HIG tem um grande impacto social e psicológico. O tamanho da hérnia causa dificuldades para andar, sentar-se, abaixar-se e locomover-se em geral, levando ao isolamento do paciente. Pode também evoluir com graves complicações como: encarceramento, estrangulamento, necrose de alça intestinal e obstrução do transito. Por esses motivos, pacientes com HIG devem ser submetidos à correção cirúrgica o mais precocemente possível.

Dentre as complicações pós-operatórias, a síndrome compartimental abdominal é a mais comum e temida, devendo sempre ser suspeitada. A necessidade de ressecção de vísceras aumenta a morbimortalidade. A excisão da pele excedente do escroto no momento da herniorrafia, é defendida por alguns autores para evitar a formação de hematoma e linfedema. Todavia há quem defenda a preservação dessa pele pois permite o retorno da alça para o escroto caso o paciente evolua com síndrome compartimental. Como neste caso não houve ressecção de alça intestinal, optou-se pela manutenção da pele excedente e colocação de dreno à vácuo para evitar formação de hematoma.

PALAVRAS CHAVE

HÉRNIA INGUINOESCROTAL, LINCHENSTEIN, SINDROME COMPARTIMENTAL

Área

MISCELÂNIA

Instituições

HOSPITAL MUNICIPAL DO TATUAPE - São Paulo - Brasil

Autores

DANIEL SAMPAIO MENDES, JOSE MACHADO NETO, MAURO RAZUK FILHO, RAISSA TERCIA BRAGA CARVALHO, PATRICIA ELAINE AZEVEDO MACHADO, LUCIO RAVEL ANDRADE, JOSUE PANETO MARCOS, HISASHI AOYAGI