CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

RELATO DE CADO: TUMOR DE CELULAS GIGANTES

INTRODUÇÃO

A lesão central de células gigantes (LCCG) é uma lesão intraóssea benigna incomum; consiste em um tecido fibroso celular, que contém múltiplos focos hemorrágicos, agregados de células gigantes multinucleadas e, por vezes, fragmentos de trabéculas ósseas. O tratamento tradicional é a remoção cirúrgica, com curetagem ou ressecção em bloco e, por vezes, complementada com criocirurgia e osteotomia periférica.

RELATO DE CASO

Paciente do sexo masculino, 52 anos, com antecedente pessoal de diabetes mellitus, hipertensão arterial, ex-etilista, nega tabagismo, relata que há 1 ano notou surgimento de lesão orofacial. À inspeção da cavidade oral contatou-se massa vegetante, friável, de aproximadamente 5,5 cm, localizado no palato duro à direita, acometendo mucosa gengival e processos alveolares da arcada dentária superior. No exame extra-oral observou-se abaulamento de região malar direita. Sem outros achados no exame físico. Fosfatase Alcalina e Paratormônio séricos dentro dos valores de normalidade.
Biopsia incisional da tumoração, que evidenciou tumor central de células gigantes infiltrando mucosa Malpighiana tecido subcutâneo e muscular. O tratamento realizado exérese em bloco do tumor, sob anestesia geral, por via oral, seguida da curetagem de bordos. Procedimento foi executado sem intercorrências. Anatomia patológica da peça cirúrgica evidenciou aspecto morfológico compatível com tumor de células gigantes.
Paciente recebeu alta no 3º dia pós-operatório com satisfatória evolução de ferida operatória e boa aceitação da dieta via oral. Foi encaminhado para seguimento rotineiro em ambulatório.

DISCUSSÃO

A lesão central de células gigantes (LCCG) é uma lesão intraóssea benigna incomum; consiste em um tecido fibroso celular, que contém múltiplos focos hemorrágicos, agregados de células gigantes multinucleadas e, por vezes, fragmentos de trabéculas ósseas. A LCCG foi primeiramente descrita por Jaffe, em 1953, como uma lesão proliferativa idiopática não neoplásica. Sua etiologia e patogênese ainda são incertas.
O comportamento clínico da LCCG nos ossos maxilares varia de uma lesão de crescimento lento e assintomático à agressiva, com dor, podendo causar perfuração cortical e reabsorção óssea, conduzindo, por vezes, a alterações assimétricas na face e deslocamentos dentários.
Radiograficamente, pode ser uma lesão radiolúcida unilocular ou multilocular, com margens bem ou mal definidas.
Microscopicamente, a lesão consiste em células gigan- tes que, por vezes, podem apresentar distribuição uniforme em meio a um estroma colagenoso rico em células fusiformes e ovaladas com elevada taxa mitótica e densidade vascular. Podem ser detectadas calcificações distróficas ou ossificações metaplásicas, especialmente na periferia da lesão.
O tratamento tradicional é a remoção cirúrgica, com curetagem ou ressecção em bloco e, por vezes, complementada com criocirurgia e osteotomia periférica.

PALAVRAS CHAVE

lesão central de células gigantes; maxila; central

Área

CIRURGIA CABEÇA E PESCOÇO

Instituições

Hospital Municipal do Tatuape - São Paulo - Brasil

Autores

Daniel Sampaio Mendes, Mauro Razuk Filho, Jose Machado Neto, Raissa Tercia Braga Carvalho, Lucio Ravel Andrade, Aluisio Andrade Junior, Belmiro Jose de Matos, Hisashi Aoyagi