CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

Tratamento Endovascular da Hemorragia Digestiva Alta por Adenocarcinoma Gástrico Recidivado Avançado

INTRODUÇÃO

O carcinoma gástrico representa 1% - 8% da hemorragia digestiva alta aguda. A hemostasia endoscópica é considerada a modalidade de primeira linha para avaliação e tratamento dessa hemorragia e é efetiva no manejo do sangramento gastrointestinal (GI) associado ao câncer gástrico¹. A embolização arterial por catéter endovascular (EACE)) é uma opção válida no tratamento do sangramento GI relacionado ao câncer gástrico.

RELATO DE CASO

Paciente de 56 anos, sexo feminino, que há 2 anos e 3 meses fora submetida à gastrectomia parcial com linfadenectomia D2 e reconstrução em Y de Roux pré-cólica com colectomia parcial (colo transverso) e esplenectomia total por adenocarcinoma tubular gástrico invasivo e avançado, estádio clínico IIIA, com subsequente tratamento quimioterápico e radioterápico adjuvante e seguimento ambulatorial. Há 2 meses apresentou enjoo, epigastralgia e discreto emagrecimento, exame clínico normal e Endoscopia Digestiva Alta (EDA) que demonstrou lesão de aspecto neoplásico no coto gástrico remanescente, cuja biópsia revelou adenocarcinoma tubular invasivo de mucosa gástrica. Realizou-se uma Tomografia Computadorizada de Tórax e Abdome, que revelou metástases hepáticas de tamanhos diversos e neoplasia infiltrativa na parede gástrica da pequena curvatura. Iniciou em 31/01/208, quimioterapia com esquema FLOT. Em 05/02/2018, internada por hemorragia digestiva alta importante, submetida à hemoterapia associada à administração de ácido tranexâmico, realizada nova EDA que revelou sangramento ativo gástrico sem identificação do local de origem, impossibilitando a terapêutica endoscópica e por persistência do sangramento foi submetida a uma angiografia mesentérica que identificou o local de sangramento como sendo oriundo de um dos ramos da artéria gástrica esquerda, que foi prontamente embolizada por via endovascular, com sucesso imediato. Evoluiu sem intercorrências e reiniciou tratamento quimioterápico em 14/02/18 sem recidiva hemorrágica até 28/03/18, quando apresentou neutropenia febril evoluindo para choque séptico e óbito em 06/04.

DISCUSSÃO

Embora a cirurgia seja o tratamento tradicional de escolha após a falha da hemostasia endoscópica, é um procedimento invasivo com alta taxa de mortalidade de até 40% ². A embolização arterial por catéter endovascular (EACE)) também é uma opção válida no tratamento do sangramento GI relacionado ao câncer gástrico quando não é possível a terapêutica endoscópica¹. Estudo com 23 pacientes todos com hematêmese, melena e hematoquezia, onde 8 apresentavam sangramento ativo, todos obtiveram êxito no tratamento. No entanto, os pacientes com hemorragia ativa apresentaram melhor performance. A angioplastia não era tão eficiente em casos de hemorragia ativa. Com isso a embolização por catéter arterial endovascular assumiu o papel principal na terapêutica do sangramento agudo gastrointestinal devido a essa pesquisa que demonstrou a eficiência dessa abordagem³.

PALAVRAS CHAVE

Hemorragia Digestiva Alta; Embolização Endovascular; Câncer Gástrico

Área

ESÔFAGO, ESTÔMAGO E INTESTINO DELGADO

Instituições

Hospital Ana Costa - São Paulo - Brasil

Autores

Airton Zogaib Rodrigues, Mariam Elneser Ganem, Michelle Oliveira Taquinardi