CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

FISTULA PERIANAL EM PACIENTES COM DOENÇA DE CROHN: RELATO DE CASOS

INTRODUÇÃO

A Doença de Crohn (DC) é uma doença inflamatória intestinal, que afeta qualquer segmento do trato gastrointestinal, caracterizando-se por ser descontínua, com áreas sadias entre as com inflamação transmural. Pico de incidência entre os 20 – 30 anos, podendo acometer qualquer idade e sem prevalência em gênero. Cerca de 13 – 27% apresentam sintomas anais, sendo a fístula mais prevalentes. O tratamento cirúrgico para a DC é necessário em até 80% dos casos. Esse relato de caso apresenta quatro pacientes que desenvolveram crohn perianal, recebendo a mesma conduta terapêutica.

RELATO DE CASO

Paciente feminino, 20 anos, com disenteria, perda ponderal de 10 % do peso corpóreo, com saída de secreção perineal há 8 meses, em seguimento ambulatorial em outro serviço há 2 anos com diagnóstico de doença inflamatória intestinal. Exame físico: dermatite perianal, com orifício de fistula à 2,5cm da borda anal (BA) em parede posterior.
Paciente masculino, 14 anos, com dor abdominal, anemia, disenteria e perda ponderal há 2 anos, associada a dores articulares e saída de secreção perianal há 1 ano. Exame físico: dermatite perianal, úlcera de 2,5 cm em parede anterior do reto e orifício de fistula perianal à 2 cm da BA, póstero-lateral esquerdo.
Paciente masculino, 34 anos, com déficit mental leve, disenteria, perda ponderal de 10%, úlceras perianais, inguinais e orais e incontinência fecal há 4 meses. Exame físico: múltiplas úlceras perianais variando de 0,5 a 5 cm com destruição do esfíncter anal e orifício de fístula posterior à 1,5 cm da BA.
Paciente masculino, 30 anos, com quadro de mucorréia, e saída de secreção perianal há 6 meses. Ao exame: Múltiplas fístulas perianais com abscessos associados, e dermatite perianal.
Em todos os pacientes foi realizado terapia de resgate de agudização de doença de Crohn, com corticoterapia, antibioticoterapia, seguido de abordagem cirúrgica com passagem de sedenho nas fístulas e em um dos casos - o qual apresentava destruição perineal e quadro de sepse grave -, foi realizado ostomia derivativa. Iniciada posteriormente a terapia com imunobiológicos.

DISCUSSÃO

A fístula perianal é uma das manifestações mais graves da DC. O risco cumulativo de surgir uma fístula varia de 20 – 35% em 10 anos de doença e a sua incidência varia de 3 a 20 casos por 100.000 habitantes.
O tratamento da fístula perianal tem como princípio o controle infeccioso e inflamatório. Os Anti-TNF alfa são indicados no tratamento de fistulas complexas ou naquelas de difícil tratamento que não respondem bem a corticosteroides, imunossupressores e antibióticos.
A terapia biológica combinada ao tratamento cirúrgico evolui com remissão clínica em 70 – 80% dos casos e em 40 – 60% progride com cicatrização completa da fistula. A terapêutica instituída resultou em remissão completa do quadro, com cicatrização das fístulas e melhora dos sintomas clínicos decorrentes da DC, demonstrando a eficácia da terapia biológica.

PALAVRAS CHAVE

doenças inflamatórias intestinais, complicações do crohn, coloproctologia.

Área

COLOPROCTOLOGIA

Instituições

Universidade São Francisco - São Paulo - Brasil

Autores

Carlos Augusto Real Martinez, Scarlet Ribeiro Haga, Daniela Nonno Heleno, Eduardo Felipe Kim Goto, Danilo Toshio Kanno, Roberta Laís Silva Mendonça, Bruna Zini de Paula Freitas, Enzo Fabrício Ribeiro Nascimento