CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TITULO

NEOPLASIA DE INTESTINO DELGADO: AVALIAÇAO DE CINCO ANOS.

OBJETIVO

O principal objetivo deste estudo foi caracterizar o padrão de neoplasias primárias do intestino delgado em um centro universitário terciário, caracterizar o perfil dos pacientes diagnosticados com tumor de intestino delgado e correlacionar os dados com o tipo histopatológico.

MÉTODO

Estudo descritivo, transversal, de abordagem quantitativa. Foram analisados retrospectivamente os prontuários de 13 pacientes portadores de tumores malignos do intestino delgado, operados no Serviço de Cirurgia Geral do Hospital da Clinicas do período de janeiro de 2012 a julho de 2017. Obtendo como critérios de inclusão indivíduos com o histopatológico confirmatório para neoplasia de intestino delgado.

RESULTADOS

Dos 13 pacientes estudados, sete (53,9 %) eram do sexo feminino e seis (46,1%) do sexo masculino. As idades variaram de 40 a 90 anos, com média de 56,5 anos.
Em sete pacientes (53,9%) a lesão localizava-se no jejuno e quatro eram ileais (30,7%). Em dois casos (15,4%) havia carcinomatose peritoneal, não permitindo determinar a localização exata da lesão. O diagnóstico só foi definido durante a abordagem cirúrgica e os procedimentos adotados incluíram: enterectomia segmentar em 84,6% dos casos, exploração com biópsia em um (15,4%).
O estudo anatomopatológico das peças ressecadas e das biópsias identificou dez tumores primários (69,2%), sendo cinco linfomas (38,4%), três sarcomas ( sendo dois leiomiossarcoma e um sarcoma ) correspondendo a 23,1% dos casos, e dois adenocarcinomas (15,4%). Três tumores metastáticos (30,7%) foram reportados, correspondendo a dois adenocarcinomas (15,4%), um carcinoma epidermóide (7,7%). Quimioterapia adjuvante foi instituída em oito oportunidades (61,5%), porém em esquemas distintos, inviabilizando qualquer avaliação.
O sintoma mais referido foi a dor abdominal, presente em 11 pacientes (84,6%). O sangramento digestivo (melena ou enterorragia) estive presente em 46,1%.

CONCLUSÕES

Apesar do intestino delgado representar 75% da extensão e 90% da superfície do trato gastrintestinal, malignidades nesse local são muito raras.O SCG –HC/UFPE atende anualmente cerca de 15.000 pacientes. São realizados a cada ano cerca de 900 procedimentos cirúrgicos de grande porte, em cirurgia geral e gastroenterológica.
A frequência dos casos nos últimos anos motivou nosso estudo.Na maioria dos relatos publicados acerca desse tipo de lesão do intestino delgado não se observa predomínio em relação ao sexo. Estando de acordo com o estudo em questão.
Embora os tumores benignos sejam reputados como assintomáticos, de diagnóstico incidental essa característica não foi observada em nossa casuística. Todos os pacientes portadores de neoplasias benignas apresentavam queixas relacionadas à lesão e acabaram sendo submetidos a uma laparotomia exploradora para elucidação diagnóstica.
Esse estudo reforça a necessidade de um alto grau de suspeição para tumores do intestino delgado, entre os médicos que lidam com a doença.

PALAVRAS CHAVE

Tumores do intestino delgado; Neoplasias intestinais.

Área

ESÔFAGO, ESTÔMAGO E INTESTINO DELGADO

Instituições

Hospital das Clínicas, Universidade Federal de Pernambuco - Rio Grande do Norte - Brasil

Autores

Ivete Maria de Araujo Veras, Natália Maia Esmeraldo Peixoto, Luiz Pereira Neves Neto, Antonio de Padua Melo Santos, Adriano da Fonseca Pereira