CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

LINFANGIOMA ESPLENICO: UM TUMOR BENIGNO RARO EM ADULTO 47 ANOS

INTRODUÇÃO

Doenças do baço são raras, sendo os abscessos, cistos e tumores os mais frequentes. Os tumores de baço representam menos de 0,007% de todos os tumores. Os linfangiomas são tumores benignos, malformações congênitas do sistema linfático. A maior relevância dos linfangiomas é na cabeça e pescoço, os intra abdominais são pouco frequentes e raramente encontrados no baço. Ocorrem principalmente no sexo feminino e entre 80% e 90% são diagnosticados na infância, como achados incidentais de imagem. O objetivo desse relato é apresentar o caso de linfangioma esplênico, sintomático em paciente masculino de 47 anos.

RELATO DE CASO

Masculino, 47 anos, em acompanhamento ambulatório de Cirurgia Geral por doença diverticular dos cólons. Com dor epigástrica e hipocôndrio esquerdo há 1 ano associado a perda de 8 kg. Ao exame dor abdominal difusa à palpação, com predomínio em hipocôndrio esquerdo e baço palpável. Sem alterações laboratoriais relevantes. Ultrassonografia de abdome com nódulos sólidos esplênicos e esplenomegalia. Tomografia computadorizada, baço com alteração heterogênica às custas de múltiplos nódulos de aspecto secundário. Optado por laparotomia exploradora, visibilizado baço aumentado, heterogêneo, com múltiplas nodulações, medindo 115 x 110 x 60mm, pesando 290g. Paciente com boa evolução recebendo alta no terceiro pós operatório. Anatomo-patológico compatível com linfangioma esplênico, presença de 11 linfonodos no hilo, medindo o maior 0,8 cm, e nenhum deles com alterações reacionais. Atualmente em acompanhamento ambulatorial sem sinais de recidiva.

DISCUSSÃO

Na maioria dos casos, os linfangiomas esplênicos apresentam massas císticas e clínica variável, A incidência intra-abdominal é rara. Em crianças tende à uma duração mais curta e aguda. Em adultos são leves e inespecíficos, com progressão em meses ou anos, devido ao crescimento lento. Os diagnósticos diferenciais incluem outras lesões sólidas e císticas do baço, como hemangioma, infecção crônica, linfoma e metástase. As tomografias computadorizadas com contraste podem mostrar realce tardio dentro da porção sólida. Uma imagem em “queijo suíço” do baço pode ser considerada patognomônica. Microscopicamente, eles são classificados em linfangiomas capilares, cavernosos ou císticos. Linfangiomas císticos são os mais comuns. A apresentação clínica está relacionada ao tamanho do baço, assintomáticos ou podem causar dor, inapetência, perda de peso e massa palpável. O tratamento de escolha é cirúrgico visto que outras modalidades de tratamento, tais como a drenagem por aspiração e irradiação têm mostrado resultados insatisfatórios. A ressecção cirúrgica é recomendada uma vez que a incidência crescente de complicações é observada ao longo do tempo. A recidiva é a principal complicação, o que é demonstrado em 9,5% dos casos, normalmente após ressecção incompleta. A taxa de malignização é extremamente baixa.

PALAVRAS CHAVE

Linfangioma; Linfangioma Esplênico; Esplenectomia; nódulos esplênicos;

Área

MISCELÂNIA

Instituições

HOSPITAL DAS CLINICAS LUZIA DE PINHO MELO - São Paulo - Brasil

Autores

POLIANA DE PAULA VIEIRA BORGES DOS REIS SOARES, GUSTAVO SANTOS PATRICIO, JULIANA MEGUMI MACIEL ARIE, BEATRIZ TURQUIAI LUCA BLASIO, RAFAELLA HENRIQUES CAVALCANTI TORRES DE MELO, AMANDA MARTINS EVANGELISTA RIBEIRO, GABRIELLE LUMY QUIZIRI GOJIMA, GIOVANA ARRUDA SILVA