CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

COLECISTITE AGUDA ALITIASICA SECUNDARIA A DENGUE

INTRODUÇÃO

A dengue é uma doença de origem viral que pode cursar com manifestações mais atípicas como a colecistite aguda alitiásica secundária, que geralmente é uma doença autolimitada, e a conduta mais correta é manter tratamento clínco, porém, essa patologia pode evoluir para complicações como necrose da parede da vesícula, perfuração e peritonite difusa, ocasiões essas em que o paciente deverá ser abordado cirurgicamente.
Por se tratar de uma manifestação secundária a dengue, que não é tão cotidiana, e gera embates em relação ao momento de indicar cirurgia ou não, achamos importante o relato desse caso.

RELATO DE CASO

MDRR, feminino, 52 anos, estava em acompanhamento devido quadro de dengue. Quatro dias após ter sido notificada para dengue, paciente retorna em nosso serviço, relatando persistência de febre e início de dor abdominal em região de hipocôndrio direito, de forte intensidade, do tipo cólica, sem fatores de melhora, associada a vômitos. Ao exame paciente apresentava dor intensa á palpação de hipocôndrio direito e sinal de Murphy positivo. Optado pela realização de exames laboratoriais que evidenciaram alterações como plaquetopenia e leucocitose. Realizado também tomografia de abdome total com contraste endovenoso, que evidenciou espessamento de paredes de vesícula biliar e ausência de cálculos em seu interior, fechando o diagnóstico de colecistite alitiásica. Optado por internação hospitalar para tratamento clínico, a mesma evolui bem, recebendo alta no sexto dia de internação e não necessitando de tratamento cirúrgico.

DISCISSÃO

As colecistite alitiásica é caracterizada como inflamação da vesícula biliar, sem a presença de cálculos em seu inteiror. Corresponde de 5 á 10% de todas as colecistites agudas, geralmente está relacionada á algum evento secundário como infecções por citomegalovírus, salmonela, leptospira, queimaduras, vasculites, traumas, diabetes mellitus, pós operatórios e em pacientes imunodeprimidos. A colecistite aguda é uma manifestação atípica da dengue, há discussões em relação sua etiopatogenia, porém, acredita-se que está relacionada á microangiopatia na parede da vesícula, causada pela dengue. Sempre que houver desconfiança em relação ao diagnostico devem ser solicitados ultrassonografia de abdome ou tomografia computadorizada de abdome,associados a exames laboratoriais para confirmação diagnóstica.A colecistite aguda alitiásica secundária a dengue é na maioria das vezes uma doença autolimitada, sendo preconizado o tratamento clínico através de suporte clínico, hidratação e repouso.O cirurgião deve atentar-se ás complicações dessa patologia como necrose de parede de vesícula biliar, perfuração, peritonite difusa, e decidir nos casos de complicações em indicar colecistectomia ou drenagem percutânea. O tratamento cirúrgico só deve ser proposto em casos de complicações relatas acima pois o risco de hemorragia, choque hipovolêmico e morte são comuns.

PALAVRAS CHAVES

Colecistite alitiásica, dengue

Área

FÍGADO, VIAS BILIARES E PÂNCREAS

Instituições

Hospital Municipal Walter Ferrari - São Paulo - Brasil

Autores

Jéssica Gabrioti Vasconcelos, Amanda Arantes Barbosa, Joao Paulo Zanin Tressoldi, Soraya Teresa Teixeira Cassitas Gonçalves, Paulo Haruo Yano Junior, Marcelo Kassouf