CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

ABDOME AGUDO OBSTRUTIVO POR HERNIA CRURAL. EVOLUÇAO E COMPLICAÇOES NO DIAGNOSTICO TARDIO

INTRODUÇÃO

A hérnia crural tem sua maior incidência no sexo feminino prevalecendo na idade avançada. O diagnóstico muitas das vezes fica retardado devido a relutância dos pacientes mais idosos de procurarem recurso médico e serem expostos para um exame completo em nível de pronto socorro. Essa dificuldade e retardo no diagnóstico pode desencadear problemas e complicações na evolução do tratamento cirúrgico aumentando a morbi mortalidade com o risco do encarceramento agudo evoluir com necrose do segmento estrangulado nas hérnias crurais. O objetivo deste trabalho é demonstrar as complicações inerentes aos pacientes que apresentavam hérnia crural encarcerada agudamente e procuraram auxílio médico tardiamente.

RELATO DE CASO

Apresentamos a evolução com suas complicações de 11 pacientes admitidos no pronto socorro do Hospital Estadual Vila Alpina, SECONCI-OSS, no período de julho de 2008 a maio de 2018, com hérnia crural estrangulada, avaliando-se o relato do início dos sintomas dolorosos, do encarceramento e a resposta na procura do atendimento, dados quanto a predominância do sexo, idade, técnica cirúrgica empregada e seus achados cirúrgicos, o tempo médio de internação e as complicações no pós-operatório.

DISCUSSÃO

A maior incidência foi no sexo feminino, 8 (73%), em relação ao masculino, 3 (27%), com média de idade de 74,4 anos. O tempo médio na evolução dos sintomas e procura de atendimento foi de 72 horas (12-240). Os procedimentos foram realizados em caráter de urgência, sendo encontrado sofrimento de alça com necrose de delgado em 7 pacientes (64%), com realização de enterectomia e anastomose, sendo 6 (54,5%) por inguinotomia e 1 (9%) por laparotomia mediana, com achado de hérnia de Richer em 4 pacientes (36%). Foi empregada a técnica de Reeves (73%), McVay (9%), Plug (9%) e laparotomia mediana (9%) no tratamento cirúrgico. Apresentaram complicação pós-operatória 2 pacientes (18%), sendo um submetido a laparotomia não programada por abdome agudo obstrutivo por bridas e 1 (9%) por peritonite estercorácea devido deiscência de anastomose sendo mantido com peritoneostomia. O tempo médio de internação foram de 17 dias, sem apresentar óbito nos casos relatados. Conforme relatos na literatura, a hérnia crural é de difícil diagnóstico, com prevalência do sexo feminino e na idade avançada. A isquemia e necrose devido o tratamento retardado aumenta os riscos de complicações seu tempo de internação. Em nosso Serviço nas correções das hérnias foi usada tela de polipropileno não apresentando complicação no uso da mesma, sendo um ponto de discussão na literatura mundial.

PALAVRAS CHAVE

ABDOME AGUDO OBSTRUTIVO. HÉRNIA CRURAL ESTANGULADA

Área

MISCELÂNIA

Instituições

HOSPITAL ESTADUAL VILA ALPINA - SECONCI-OSS - São Paulo - Brasil

Autores

MÁRIO LUIZ QUINTAS, ARTHUR LOURENSUTE PORTO, MILENA BRAGA SOARES SILVA, MARIA CRISTINA MIRANDA, GUILHERME HENRIQUE BACHIEGA SANTOS, GUSTAVO HENKLAIN DUARTE, CAMILA MIE KAWATA YOSHIDA, GUSTAVO GOMES QUINTAS