CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

ADENOCARCINOMA DE APENDICE CECAL COM METASTASE LINFONODAL

INTRODUÇÃO

O adenocarcinoma de apêndice cecal é um tumor maligno de afecção rara, tendo sua ocorrência variando de 0,001 a 0,2 a cada 100.000 pessoas/ano. Geralmente acomete adultos jovens, com maior incidência no sexo masculino. Tem como quadro clinico principal a apendicite aguda, dificultando o diagnóstico precoce. Comumente, se encontra na porção distal do apêndice e são descobertos, na maioria das vezes, somente no exame anatomopatológico (AP) de uma peça cirúrgica de apendicectomia. Se confirmado o adenocarcinoma de apêndice cecal, o tratamento preconizado independe do tamanho do tumor e segue com hemicolectomia direita, realizada em um segundo tempo. Terapia adjuvante, com radioterapia e quimioterapia, são utilizadas apenas em casos em que o tumor for localmente avançada, utilizando os mesmos critérios dos adenocarcinomas colônicos.

RELATO DE CASO

S.A.D.G., sexo feminino, 61 anos, procurou o Pronto Atendimento do Hospital Santa Rita de Maringá, apresentando sintomas típicos de Apendicite Aguda. A paciente foi encaminhada para apendicectomia, sendo identificada uma apendicite de Grau III. A peça cirúrgica foi enviada para o AP, cujo resultado apontou um adenocarcinoma moderadamente diferenciado, de caráter infiltrativo. Na sequência, foi realizada uma tomografia computadorizada de tórax e crânio, ambos sem evidencias de metástases. Dessa forma, foi optado pela realização de uma Hemicolectomia Direita associado a linfadenectomia mesentérica com anastomose primária. O AP do produto dessa segunda cirurgia identificou implantes de adenocarcinoma em subserosa, além da presença de metástase em 1 linfonodo dos 19 dissecados. Dado esses achados, a paciente foi encaminhada ao ambulatório de Oncologia Clinica, para dar continuidade ao tratamento com terapia adjuvante.

DISCISSÃO

O Adenocarcionoma de Apêndice possui uma raridade considerável, sendo relevante o caso apresentado por não corroborar com a epidemiologia apresentada na literatura, haja visto que a paciente é do sexo feminino e de idade superior à 60 anos. A apresentação clinica, todavia, se deu de forma clássica, como apendicite aguda, o que, assim como descrito em estudos, dificulta o diagnóstico precoce da doença, sendo que, na grande maioria dos casos, esse só é dado após o resultado do AP. No caso descrito, foi evidenciado um tumor avançado, em que a neoplasia já havia invadido a subserosa do órgão. O principal motivo desse avanço local é a idade da paciente, que levanta a hipótese de se tratar de uma lesão antiga. O achado de um adenoma tubulo-viloso na peça também é relevante, por se tratar de uma lesão pré-maligna. Foi optado por uma hemicolectomia direita em um segundo tempo, assim como difundido no meio acadêmico, como forma de tratamento curativo da doença. Todavia, com o resultado do AP dessa nova peça, a presença de metástase linfonodal tornou imperativo a adjuvância com quimioterapia e radioterapia.

PALAVRAS CHAVES

Neoplasias de Apêndice. Adenocarcinoma. Apendicite. Colectomia. Metastase Linfonodal.

Área

COLOPROCTOLOGIA

Instituições

HOSPITAL SANTA RITA - Paraná - Brasil

Autores

TIAGO FERRARI, ARIANA FERRARI, LUIZ HENRIQUE ANDRIOLLI DELLA TONIA, JULIANO FABRICIO DOS SANTOS NETO, LUIZ RICARDO CAMPELO, GUILHERME TELLES HAHN