CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

SINDROME DE HAMMAN (PNEUMOMEDIASTINO ESPONTANEO): RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

A síndrome de Hamman é caracterizada pela ocorrência de pneumomediastino espontâneo, que é definido pela presença de ar livre em região de mediastino na ausência de uma causa evidente. Atualmente, acredita-se que se trata de um barotrauma, explicado por um gradiente pressórico do alvéolo para o mediastino (fenômeno de Macklin), sendo, em geral, uma condição rara, benigna e autolimitada. Uma vez que o ar atinge o mediastino, pode alcançar tecido subcutâneo do tórax, pescoço e face e até mesmo pericárdio, peritônio e retroperitônio. Dados da literatura colocam a incidência de 1/800 até 1/42.000, com prevalência de idade entre 5 e 34 anos, sendo homens em até 76% dos casos.
Sintomas frequentemente relatados envolvem dor torácica, dispneia, tosse, dor no pescoço. Outros achados são odinofagia, disfagia, epigastralgia, rinolalia, lombalgia. Ao exame físico, podem ser encontrados enfisema subcutâneo em tórax, pescoço e face; além do Sinal de Hamman - presença de crepitação à ausculta cardíaca, presente em 18% dos casos, mas patognomônico.
A investigação complementar deve ser feita com exames de imagem, como radiografia de tórax e tomografia computadorizada, podendo ser complementada com outros métodos a depender das suspeitas diagnósticas, como exames endoscópicos.
Em geral, é uma condição benigna e autolimitada e a condução é, em geral, conservadora. A maioria dos pacientes é tratada com analgesia, repouso e oxigenoterapia.

RELATO DE CASO

Paciente masculino, 27 anos, com antecedentes de asma e uso de tabaco. Após episódios incoercíveis de tosse, apresentou dor torácica, dispnéia, salivação excessiva sem conseguir deglutir e enfisema subcutâneo em região cervical. Após avaliação pelas equipes da Clínica Médica e Cirurgia Geral, foi solicitada TC de tórax que evidenciou extenso pneumomediastino, presença de gás no canal vertebral dorsal e enfisema subcutâneo, principalmente em região torácica superior e cervical. Foram realizadas medidas de suporte e analgesia. O paciente evoluiu com melhora dos sintomas, recebendo alta e encaminhado para acompanhamento ambulatorial.

DISCUSSÃO

No caso apresentado, o paciente faz uso de tabaco e possui asma, comparando com dados da literatura, ambos representam fatores predisponentes para a síndrome, representando, respectivamente, 32% e 18% dos casos. O fator causal foram acessos de tosse intensos e incoercíveis, que pode ser encontrado na literatura como 7% das causas. Em relação aos sintomas apresentados, 75% dos pacientes apresentam dor em região torácica, 49% dispneia, e 18% disfagia.
É de fundamental importância que seja feito um diagnóstico correto e precoce, visto que possui diagnósticos diferenciais que podem apresentar maior gravidade, como síndrome de Boerhaave, síndrome coronariana aguda, tromboembolismo pulmonar.

PALAVRAS CHAVE

Síndrome de Hamman; Pneumomediastino Espontâneo

Área

TÓRAX

Instituições

Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo - São Paulo - Brasil

Autores

LUCAS TADEU BARRAK STANGLER, MARCELO TOGNATO XIMENES, BRUNO DERWOOD MILLS COSTA CARVALHO, MATHEUS CHRISTIAN SILVEIRA, ALDO ALFONSO PARODI PITA, MÁRCIO BOTTER, VICENTE DORGAN NETO, ROBERTO SAAD JÚNIOR