CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

FISTULA COLOVESICAL EM PACIENTES COM DIVERTICULITE AGUDA: RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

A doença diverticular dos cólons apresentou aumento de incidência no último século, juntamente com o envelhecimento populacional. Consequentemente houve aumento dos casos de diverticulite aguda e suas complicações como as fístulas colônicas. A diverticulite aguda resulta da inflamação dos divertículos e a proximidade entre o cólon sigmóide, topografia mais comum dos divertículos, e a bexiga, associado a inflamação local, explica a formação da fístula colovesical.

RELATO DE CASO

Caso 1: Paciente feminina, 73 anos, parda, hipertensa, obesa, história pregressa de internações hospitalares por diverticulite aguda, apresentando fecalúria de início há 15 dias. Realizada tomografia computadorizada de abdome mostrando múltiplos divertículos colônicos difusos, notadamente em sigmóide, apresentando na cavidade pélvica coleção parcialmente definida com focos gasosos no interior, em íntimo contato com a bexiga. O tratamento instituído foi sondagem vesical de demora com três vias, mantendo irrigação contínua da bexiga, antibiótico para cobrir principalmente Gram negativos e anaeróbios, fleet enema e óleo mineral regularmente, na tentativa de reduzir a estase das fezes no sigmóide, e programação de cirúrgica eletiva de retossimoidectomia após o controle infeccioso e inflamatório.
Caso 2: Paciente masculino, 62 anos, pardo, previamente hipertenso e em investigação de neoplasia prostática, com quadro de dor abdominal em fossa ilíaca esquerda associado a infecção urinária de repetição. Diagnóstico de diverticulite aguda complicada através de tomografia de abdome mostrando divertículos colônicos difusos, espessamento parietal na transição do cólon descendente com o sigmoide com focos de pneumoperitônio e coleção com focos gasosos de permeio. Exame físico revelava massa endurada palpável e levemente hiperemiada que se estendia da fossa ilíaca esquerda ao hipogástrio com orifício fistuloso drenando secreção seropurulenta (fístula cutânea). Realizada retossegmoidectomia com anastomose colorretal, ileostomia, cistorrafia e drenagem de abscesso intracavitário, além de antibioticoterapia de largo espectro.

DISCUSSÃO

A formação de fístula na diverticulite aguda contabiliza até 20% dos casos de doença diverticular tratada cirurgicamente, com fístula colovesical correspondendo há 3-4%. A realização de cirurgia nessas condições é mais desafiadora, pois o processo inflamatório crônico torna os tecidos mais endurecidos e aumenta a tendência a sangramentos. Na apresentação clínica da fístula colovesical a maioria dos pacientes relata pneumatúria, fecalúria e disúria, além de história de infecção urinária de repetição. A tomografia computadorizada e/ou ressonância magnética abdominopélvica são os exames de eleição para o diagnóstico, revelando a extensão da fístula e existência ou não de abscesso. O tratamento de escolha é cirúrgico com retossigmodectomia com ressecção da fístula em bloco.

PALAVRAS CHAVE

Fístula colovesical. Fecalúria. Diverticulite aguda. Retossigmoidectomia.

Área

COLOPROCTOLOGIA

Instituições

Universidade Federal do Espírito Santo - Espírito Santo - Brasil

Autores

HEIDI SOARES CORDEIRO, MONICA VIEIRA PACHECO, PRISCILA SORAYA ALVES ROCHA, RHAYANNA FLAVIA KLEMS KRUGER, FELIPE SAMPAIO SOARES ASPAHAN