CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

PERFIL DOS PACIENTES COM HERNIA INCISIONAL. RESOLUÇAO DO PROBLEMA

OBJETIVO

As hérnias ventral e incisional representam cerca de 10% das hérnias da parede abdominal, sendo relatados como fatores etiológicos a obesidade, desnutrição, tabagismo, obstipação crônica, cirurgias abdominais anteriores, doenças do tecido conjuntivo, entre outros. No tratamento de grandes defeitos da parede abdominal o uso de tela é importante para correção do defeito e evitar a recidiva. O objetivo deste levantamento é avaliar se há realmente a necessidade de centros especializados para a realização de tal procedimento, visto que nosso Serviço corresponde a hospital de Nível Secundário na grade da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo.

MÉTODO

Estudo baseado em levantamento de prontuário dos pacientes portadores de hérnia incisional, encaminhados eletivamente para procedimento cirúrgico, via ambulatorial, no período de janeiro de 2012 a dezembro de 2017, submetidos a tratamento cirúrgico no Hospital Estadual Vila Alpina – SECONCI-OSS, pelo médico residente do segundo ano do Programa de Residência Médica em Cirurgia Geral, auxiliado por assistente do “staff”, levando-se em conta a prevalência quanto ao sexo, faixa etária, avaliação pré-operatória pelo ASA, localização do defeito na parede abdominal, uso de prótese, tempo cirúrgico, a indicação de drenagem do sub-cutâneo, o tempo de internação e complicações pós-operatória.

RESULTADOS

Foram avaliadas 193 cirurgias de hérnia incisional eletivas, prevalecendo o sexo feminino em 60,6%, em relação ao masculino em 39,4%, com média de idade de 53,6 anos (26 a 86). Quanto a classificação pré-operatória obtivemos resultados de ASA I em 33,3% e ASA II em 66,7%, com 37,4% procedimentos realizados através de anestesia geral e 62,6% por raquianestesia com sedação. Em todos os procedimentos de correção da hérnia incisional foi colocada tela de polipropileno, com drenagem a vácuo do sub-cutâneo em 79,4%, tendo tempo médio de internação de 4 dias, e sem drenagem do sub-cutâneo em 20,6%, com média de internação de 2 dias. Tempo médio cirúrgico foi de 140 minutos. O tempo de internação dos casos correspondeu ao período de 1 a 20 dia. Apresentaram complicações na ferida cirúrgica com infecção na incisão em 2% dos procedimentos. Na incisão responsável pela hérnia incisional prevaleceu a incisão mediana com 83%, a sub-costal direita em 10%, a supra-umbilical pós videolaparoscopia em 3%, a paramediana direita pós-apendicectomia em 2%, a Phanistil em 1% e a pós fechamento de ostomia em 1%. No período estudado tivemos 1 óbito devido infecção na ferida cirúrgica evoluindo para sepsis.

CONCLUSÕES

A correção das hérnias incisionais de pacientes pré-selecionados são factíveis de realização em hospital de nível secundário com aperfeiçoamento de médicos em treinamento, desde que supervisionados por profissionais qualificados, resolvendo a grande fila de pacientes que aguardam tratamento. O índice encontrado de complicações não contra-indica o procedimento.

PALAVRAS CHAVE

HÉRNIA INCISIONAL. USO DE TELA NA CORREÇÃO DA PAREDE ABDOMINAL

Área

MISCELÂNIA

Instituições

HOSPITAL ESTADUAL VILA ALPINA - SECONCI-OSS - São Paulo - Brasil

Autores

MÁRIO LUIZ QUINTAS, JOÃO VICTOR FONSECA RIBEIRO, ERIK ALBUQUERQUE, GUILHERME HENRIQUE BACHIEGA SANTOS, JÚLIO CÉSAR ARAÚJO NÓBREGA, LEANDRO MARIANO SILVA, FILIPE LAMOUNIER BARROS GUERRA, GUSTAVO GOMES QUINTAS