CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

REINTERVENÇAO CIRURGICA PARA TRATAMENTO DE HIPOGLICEMIA HIPERINSULINEMICA NO POS-OPERATORIO TARDIO DE GASTROPLASTIA COM BYPASS GASTRICO: RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

A obesidade é um grande problema de saúde pública e neste cenário, observa-se um aumento das indicações cirúrgicas para terapêutica da obesidade. A cirurgia bariátrica tem demonstrado bons resultados, mas em contrapartida crescem também o número de complicações advindas destes procedimentos, dentre elas a nesidioblastose.
O Bypass Gástrico em Y-de-Roux (BGYR) é a operação bariátrica mais realizada e dentre as suas complicações, foram relatados alguns casos de hipoglicemia hiperinsulinêmica por hiperplasia das células β do pâncreas no pós-operatório tardio. Dessa forma, torna-se importante estudos de procedimentos revisionais após cirurgia bariátrica.

RELATO DE CASO

Trata-se de paciente de 38 anos, sexo feminino, com obesidade grau III, sem histórico prévio de diabetes mellitus, submetida à gastroplastia a Fobi-Capella em Agosto de 2003. Em 2013 iniciou episódios hipoglicêmicos recorrentes de difícil controle clínico com endocrinologista. Realizados exames complementares que evidenciaram hipoglicemia hiperinsulinêmica, não sendo observada alteração em exames de imagem.
Paciente evoluiu com piora dos episódios hipoglicêmicos, refratária a restrição de carboidratos na dieta e ao uso de medicamentos. Em Fevereiro de 2016 foi encaminhada para abordagem cirúrgica, sendo realizada anastomose jejunogástrica com o estômago excluído. Após procedimento manteve controle com picos isolados de hipoglicemia até Agosto do mesmo ano, quando intercorreu com aumento da frequência e da gravidade das hipoglicemias, cursando com episódios durante o sono.
Em Maio de 2017 foi submetida a nova intervenção cirúrgica com gastrectomia do estômago excluído a quatro centímetros do piloro e realização de anastomose entre o antro gástrico e alça alimentar a aproximadamente 10 centímetros da anastomose gastrojejunal. Em seguida fez-se a ressecção da alça alimentar desde a anastomose gastrojejunal até a anastomose enteroentero em Y-de-Roux, conforme técnica Branco Switch. Após dois meses de pós-operatório, em acompanhamento conjunto com endocrinologista, paciente apresentou perda de peso de 12 kg e não foram evidenciados novos episódios de hipoglicemia.

DISCISSÃO

Pacientes com nesidioblastose refratária ao tratamento clínico podem ser candidatos ao tratamento cirúrgico, como no caso relatado.
Atualmente tem ganhado credibilidade a técnica de Branco Switch, que tem como objetivo a restauração da continuidade do duodeno promovendo mudança do eixo enteroinsular com diminuição da liberação de incretinas e, consequentemente, da hiperinsulinemia. O procedimento mantém o caráter restritivo e a má absorção intestinal, garantindo a redução de peso desejada. A gravidade das manifestações da nesidioblastose exige a necessidade de desenvolver métodos eficazes para seu tratamento. Neste relato de caso, a reconstrução do trânsito alimentar pelo duodeno e jejuno proximal apresentou bons resultados iniciais, podendo ser indicada como opção de abordagem cirúrgica.

PALAVRAS CHAVES

Cirurgia bariátrica; Obesidade; Hipoglicemia

Área

CIRURGIA DA OBESIDADE

Instituições

Complexo Hospitalar São Francisco de Assis - Minas Gerais - Brasil

Autores

ROBERTO GUIMARÃES CABEZAS ANDRADE, PAULA HAASS SCHEFFER, JULIANA CRISTINA DE OLIVEIRA LIMA, VANESSA ALINE MIRANDA VIEIRA, CRISTIANO DE FREITAS NIQUINE, DIANDRA MARCELA KARPINSKI