CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

TRATAMENTO MULTIMODAL DO INSULINOMA

OBJETIVO

Apresentar alternativas para tratamento do insulinoma em doentes com alto risco cirúrgico: ressecção pancreática convencional, enucleação robótica e alcoolização guiada por ecoendoscopia

MÉTODO

Estudo observacional com 3 pacientes, ambos os sexos, idades entre 21 e 66 anos (média 42,6), submetidos à diferentes terapêuticas indicadas por tamanho e localização da lesão, potencial de malignização e risco cirúrgico. Analisamos sintomas, resposta ao tratamento e morbimortalidade

RESULTADOS

1. Paciente masculino, lesão de 4 cm em corpo do pâncreas e hipoglicemia refratária a medicações, submetido à pancreatectomia corpo caudal e esplenectomia. Óbito por acidose respiratória e síndrome da angústia respiratória do adulto.
2. Paciente masculino, 66 anos, IMC 33,4 kg/m², submetido à enucleação robótica de lesão de 1,2 cm próxima ao ducto de Wirsung em corpo de pâncreas. Boa evolução, alta no 5º PO, apresentou fístula pancreática tipo A. Hoje normoglicêmico e assintomático com 2 meses de seguimento.
3. Paciente feminina: IMC 63kg/m², lesão de 1.9 cm em cabeça do pâncreas. Submetida à alcoolização por ecoendoscopia. Boa evolução, alta no 3° PO. Normoglicêmica sem medicações com 4 meses de seguimento

CONCLUSÕES

O insulinoma é um tumor neuroendócrino que, apesar de sintomas de alta morbidade, raramente é malígno.
Seus sintomas são de hipoglicemia (tríade de Whipple) e outros, como ganho de peso. Muitos pacientes com ganho de peso submetem-se à cirurgia bariátrica, tendo exacerbação sintomática, ou são diagnosticados após o procedimento quando se iniciam os sintomas. Muitos pacientes sintomáticos são considerados com distúrbios psiquiátricos por não terem diagnóstico.
Testes como insulina plasmática, Peptídio C, pró-insulina, glicemia plasmática pós glucagon, pesquisa de sulfoniuréia e anticorpo anti-insulina permitem diagnóstico de hipoglicemia hiperinsulinêmica.
Exames de imagem avaliam nódulos pancreáticos vascularizados e bem delimitados, confirmando insulinoma. Os mais usados são a tomografia computadorizada, ressonância magnética e ecoendoscopia (sensibilidades entre 60 a 90%). O Ultrassom pancreático transoperatório tem sensibilidade de 91%, auxilia localização do nódulo, procura por outros e, se associado à palpação pancreática transoperatória, alcança sensibilidade próxima a 100%. A ecoendoscopia permite diagnóstico e punção.
Os insulinoma têm distribuição pancreática homogênea e, em geral, são pequenos, (90% são menores de 2cm).
O tratamento principal é cirúrgico, com ótimos resultados de cura. O medicamentoso é reservado para controle glicêmico pré e intraoperatório, recusa ou contraindicação cirúrgica. Há relatos de tratamento com injeção de álcool absoluto, são poucos, mas a com baixo índice de complicação e parece permitir melhora dos sintomas. Este trabalho conclui que existem alternativas para tratamento de doentes com alto risco cirúrgico e insulinomas, e estes sugerem boa resposta, embora sejam necessários mais estudos

PALAVRAS CHAVE

Insulinoma, tratamento multimodal

Área

FÍGADO, VIAS BILIARES E PÂNCREAS

Instituições

Faculdade de Medicina da Santa Casa de SP/Hospital Sírio Libanês - São Paulo - Brasil

Autores

Marcos Belotto de Oliveira, Eduardo Rullo Dias, Ricardo Tadashi Nishio, Adhemar Pacheco Júnior, Rogério Colaiacovo, André D´Moricz