CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

CISTO DE COLEDOCO: RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

Cistos de colédoco são dilatações da via biliar congênitas sendo considerados fatores de risco para doença maligna de vias biliares.  As doenças císticas de vias biliares são típicas da infância, manifestando-se na idade adulta geralmente como complicações. A incidência no mundo ocidental é rara, variando entre 1:1.000.000 até 1:130.000, tendo taxa de malignização de aproximadamente 10-15%.
O modelo de classificação mais utilizado é a de Alonos-Lej modificada por Todani, sendo neste caso tipo IA, com dilatação cística de vias biliares extra-hepáticas.
O objetivo deste relato é a descrição de caso de paciente jovem portadora de cisto de colédoco com tratamento cirúrgico videolaparoscópico.

RELATO DE CASO

Paciente sexo feminino, com 19 anos, hígida, apresentando queixa de dor recorrente em região de hipocôndrio direito, tipo cólica, sem colestase. A ressonância magnética do abdome superior com colangio-ressonância apresentando colédoco com calibre máximo de 0,5 e presença de volumosa formação cística com paredes finas e regulares, conteúdo com líquido homogêneo, com finas septações internas regulares, sem nodulações internas, sem realce ao contraste paramagnético localizado na topografia da vesícula biliar junto à margem inferior do lobo direito do fígado, apresentando fina comunicação com o colédoco, medindo em seus maiores eixos 10,7x5,1x4,6cm. A vesícula biliar mostrava-se deslocada posteriormente pela lesão com dimensões normais, paredes finas e regulares, sem cálculos no interior.
A paciente foi submetida a videolaparoscopia durante a qual foi visualizada formação cística localizada em região lateroanterior da vesícula biliar estendendo-se do infundíbulo até fundo da vesícula, sem conteúdo intraluminal, com comunicação de fino diâmetro com terço médio de colédoco, sendo prosseguida clipagem na base da formação e videocolecistectomia. A paciente evoluiu sem complicações recebendo alta hospitalar em segundo dia pós-operatório. Mantém acompanhamento ambulatorial sem intercorrências.

DISCUSSÃO

O cisto de colédoco pode apresentar-se assintomático ou com quadro de massa abdominal, icterícia e dor. O exame de escolha para início da investigação ainda é a ultrassonografia de abdome. Aventada a hipótese, a complementação diagnóstica geralmente faz-se necessária pela baixa sensibilidade do ultrassom e necessidade de realização de diagnóstico diferencial. Nesse aspecto a  colangio-ressonância magnética permite melhor definição da lesão e classificação da mesma conforme proposto por Todani.
Feito diagnóstico, o tratamento sempre será cirúrgico pelo risco de malignização, procedendo-se a colecistectomia e ressecção da lesão, independente do tipo de doença. A variação se dá quanto a necessidade de derivação biliodigestiva no ato cirúrgico. A doença tipo II, conforme a do caso relatado, pode ser tratada apenas com excisão da lesão e colecistectomia, excluindo-se dilatação ou demais alterações da via biliar.

PALAVRAS CHAVE

Cisto de Colédoco. Doença Biliar.

Área

FÍGADO, VIAS BILIARES E PÂNCREAS

Instituições

Uniderp - Mato Grosso do Sul - Brasil

Autores

Giovana Maria Rigo, João Marcelo Lopes Toscano Brito, Alessandra Helena Gonçalves Andrade, Ronald Reverdito, Rafael Ghisi