CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

Cistos hidáticos bilaterais no pulmão

INTRODUÇÃO

A hidatidose, também chamada da equinococose, é causada por parasitas do tipo cestódeos, do gênero Echinococcus. As espécies prevalentes no Brasil são: 1) Echinococcus granulosus, 2) Echinococcus vogeli, 3) Echinococcus oligarthus.
O Echinococcus granulosus é o mais relevante, e apresenta distribuição em países como Uruguai, Argentina, Chile, Peru e sul do Brasil.
O ciclo evolutivo desse parasita contém um hospedeiro intermediário, geralmente a ovelha, e um hospedeiro definitivo, o cão. Os cães contaminados eliminam fezes com ovos do parasita, os quais podem ser ingeridos por ovelhas; estas desenvolvem o cisto hidático, meio de desenvolvimento/multiplicação do parasita, que geralmente ocorre em vísceras como pulmão e fígado. Cães não infectados podem se contaminar ao se alimentar de vísceras que contenham esses cistos hidáticos, fechando o ciclo.
O homem pode eventualmente participar desse ciclo como hospedeiro intermediário, ao ingerir ovos do parasita, e desta forma, desenvolve-se a hidatidose humana, que é a situação a ser relatada.

RELATO DE CASO

Paciente de 19 anos, sexo masculino, natural do Peru, deu entrada no sistema de urgência do Hospital Santa Casa de Misericórdia de São Paulo apresentando quadro de tosse secretiva, hemoptise intermitente, e sudorese noturna há duas semanas. Negou febre.
Em exame de tomografia computadorizada observou-se lesões císticas, uma em lobo superior direito medindo cerca de 6,7 x 6,1 x 5,3 cm (AP x LL x CC); e outra em lobo inferior esquerdo, medindo cerca de 8,0 x 7,2 x 8,3 cm (AP x LL x CC). Com o diagnóstico de hidatidose, paciente foi encaminhado para consulta com a equipe de cirurgia torácica, encontra-se em uso de albendazol.

DISCUSSÃO

A Hidatidose é uma infecção parasitária de grande relevância tanto em animais quanto em humanos, considerando-se que a prevalência é maior do que em outras partes do mundo e que os prejuízos econômicos em função da sua morbidade geram grandes gastos com cirurgias e tratamentos médicos.
O tamanho atingido pelos cistos tem relação com o sítio acometido. O tecido hepático, por ser mais compacto e delimitado por cápsula, impede que os cistos atinjam grandes dimensões. O parênquima pulmonar, porém, por ser um tecido com baixa resistência, possibilita que os cistos desenvolvam tamanhos maiores. Indivíduos jovens, por possuírem maior elasticidade pulmonar, mais frequentemente desenvolvem cistos gigantes. De modo geral, cistos maiores que 6 cm são raramente observados. No caso relatado, o paciente apresentou dois cistos maiores que 6 cm bilateralmente.

PALAVRAS CHAVE

Hidatidose pulmonar, cisto gigante hidático pulmonar bilateral

Área

TÓRAX

Instituições

Irmandade da Santa Casa de São Paulo - São Paulo - Brasil

Autores

Ana Carolina Noyama Borges, Victor Hideo Ohama, Bianca Ribeiro Rodrigues, Matheus Christian Silveira, Marcio Botter, Roberto Saad Júnior, Vicente Dorgan Neto