CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

URETERORRENOLITOTRIPSIA FLEXIVEL ENDOSCOPICA PARA O TRATAMENTO DE CALCULO RENAL CORALIFORME, NOVAS FRONTEIRAS

INTRODUÇÃO

A nefrolitíase é uma afecção urológica prevalente em todo o mundo. Estima-se que 6 a 7% das mulheres e 12 a 13% dos homens irão desenvolver, em algum momento, cálculos renais sintomáticos.
A abordagem terapêutica à litíase depende de dois fatores: o tamanho e a localização do cálculo. Cálculos maiores do que 1 cm podem ser abordados por litotripsia extracorpórea (LECO), ureterorrenolitotripsia flexível (URS), nefrolitotripsia percutânea (NLP) e por cirurgia aberta.
O padrão ouro para tratamento de cálculos renais complexos ou maiores que 2 cm é a NLP. Porém, associa-se com complicações em até 20% dos casos em que é utilizada.
A URS é menos invasiva e possui menos complicações. É utilizada principalmente para o tratamento de cálculos renais menores que 2,0 cm.
Atualmente, pelo desenvolvimento do método endoscópico foi incluída pela Associação Europeia de Urologia como opção terapêutica para cálculos maiores do que 2 cm e nota-se uma tendência mundial ao uso da URS para cálculos cada vez maiores.
Apesar de mais frequente, a abordagem endoscópica à cálculos maiores que 2 cm ainda é preterida à abordagem percutânea e suas descrições são escassas na literatura médica internacional.

RELATO DE CASO

R.A.O., masculino, 80 anos, afásico por Alzheimer é trazido ao serviço de urologia por familiares que descrevem que o paciente, frequentemente, interrompe suas atividades com expressão facial de dor intensa, associada a adoção de postura antálgica.
Após avaliação clínica, inicia-se investigação através de Tomografia Computadorizada de Abdômen sem Contraste que documenta cálculo coraliforme ocupando os grupamentos calicinais superior, médio, inferior e a pelve renal à direita. Mede, aproximadamente, 45 x 45mm com atenuação média de 820 UH.
Opta-se pela abordagem endoscópica, por ser menos invasiva e por ter menores índices de complicações, sendo mais adequada para o paciente em questão.
O procedimento demonstrado no vídeo, foi realizado com laser Holmium (100W) da marca Lumenis. Ajustado em 0,3 J e com 30HZ de frequência.
Após a realização do procedimento, seguiu-se com a passagem de cateter duplo J.

DISCUSSÃO

Apesar de eficaz, a NLP é invasiva e cursa com maiores índices de complicações comparada a URS. Além disso, com o desenvolvimento da URS, a taxa de eliminação completa de cálculos (Stone Free), a depender do numero de procedimentos, pode chegar a 94%.
Trabalhos que descrevem abordagens endoscópicas à cálculos maiores do que 2 cm, relatam a necessidade de novas intervenções cirúrgicas para a retirada de fragmentos residuais. Mas, mesmo quando necessária, a nova abordagem em segundo tempo, complica menos do que uma NPL isolada.
Além disso, a NPL também pode necessitar procedimentos endoscópicos adicionais para a retirada de fragmentos remanescentes, tornando a URS uma ótima alternativa à pacientes de elevado risco cirúrgico e justificando a tendência global em utiliza-la para cálculos cada vez maiores.

PALAVRAS CHAVE

Ureterorrenolitotripsia Endoscópica; Litíase; Coraliforme

Área

UROLOGIA

Instituições

Hospital Samaritano e Centro Universitário São Camilo - São Paulo - Brasil

Autores

Lucas Antonio Pereira do Nascimento, Ricardo Noboro Isayama, Ravendra Ryan Moniz