CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

RUPTURA ESPONTANEA DE PSEUDOCISTO PANCREATICO CURSANDO COM LESAO ESPLENICA

INTRODUÇÃO

Os pseudocistos pancreáticos, são coleções líquidas e fluidas que resultam da inflamação e necrose pancreáticas, como complicações de pancreatite crônica aguda, mais comum na etiologia alcoólica, ou no trauma pancreático. Eles são ricos em enzimas pancreáticas e são caracterizados por não terem um epitélio interno, sendo sua parede constituída de um tecido fibroso e de granulação. A maior parte dos pseudocistos tem resolução espontânea, porém podem ocorrer complicações agudas como infecção, sangramento e rotura espontânea de maneira livre para a cavidade abdominal, que confere uma entidade particularmente séria, sendo que o choque sobrevém na maioria das vezes.

RELATO DE CASO

A. L. C, 43 anos, masculino, ex-tabagista, etilista importante (1L de destilado diariamente), com quadro de internação prévia por pancreatite alcoólica há 30 dias evoluindo com ascite pancreática volumosa, foi readmitido com dor e edema em membro inferior direito, sendo diagnosticado com trombose venosa profunda de íleo femoral. Durante a internação, apresenta síncope com queda da própria altura, apresentando sinais de choque hipovolêmico.
Após estabilização clínica, realizado tomografia de abdome que evidenciou volumoso sangramento na retrocavidade dos epiplons, com extensão para goteira parietocólica esquerda, com sinais de sangramento ativo e coleções na curvatura gástrica e corpo do pâncreas, além de líquido livre na cavidade abdominal. Foi realizado laparotomia exploradora, drenado aproximadamente sete litros de líquido ascítico hemorrágico, encontrado volumoso cisto pancreático em retroperitônio com hemorragia em seu interior e laceração de hilo esplênico com realização de esplenectomia. Foram colocados dois drenos, ofertados cinco concentrados de hemácias, 2500ml de cristalóide e antibioticoterapia com ceftriaxone.
Durante o pós operatório, drenos com débito mantido com saída de líquido de aspecto grumoso, e com aumento dos níveis de amilase, foi realizado o diagnóstico de fístula pancreática, sendo realizado tratamento clinico conservador com nutrição enteral, octreotrite, acompanhamento rigoroso. Tomografia de controle demonstrou resolução radiológica do caso, associado à melhora clinica importante.

DISCUSSÃO

Os pseudocistos constituem aproximadamente 15% a 30% de todas as lesões císticas pancreáticas e quase 50% dos cistos pancreáticos em pacientes com pancreatite. Estes podem ser únicos ou múltiplos, e a maioria dos pseudocistos se comunicam com o sistema ductal pancreático, caracterizando os altos níveis de amilase e lipase. Seu diagnóstico só é possível caso haja um exame de imagem anterior que demostre ausência do mesmo. Seu tratamento vai depender da característica neoplásica do cisto, caso não tenha potencial de malignidade o tratamento consiste apenas em sintomáticos, e caso tenha potencial maligno significante este deve ser ressecado.

PALAVRAS CHAVE

PSEUDOCISTO PANCREATICO, RUPTURA, PANCREAS

Área

FÍGADO, VIAS BILIARES E PÂNCREAS

Instituições

Santa Casa de Misericórdia de Barretos - São Paulo - Brasil

Autores

Bruna Soares Leite , Iasmin Chagas Sabbag, Anna Carolina Albuquerque Belem, Raul Braga Almeida Cruz , Rodrigo Alves Abreu Coimbra , Daniel Teixeira Alencar , Andre Luiz Fermino , Guilherme Grici Hisatomi