CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

TORÇAO TESTICULAR DE ABORDAGEM TARDIA: IMPORTANCIA DO TRATAMENTO CIRURGICO

INTRODUÇÃO

A torção de testículo integra uma das principais causas de escroto agudo em especial nas crianças e púberes. Consiste em uma urgência urológica que necessita de avaliação rápida e tratamento cirúrgico de emergência. O atraso diagnóstico implica risco de danos graves ao paciente, incluindo a inviabilidade testicular, o que reafirma, por sua vez, a influência do tempo de torção do cordão com o prognóstico da lesão. A patologia é caracterizada por torção do cordão espermático dentro da túnica vaginal, seguindo de comprometimento do aporte sanguíneo com resultado de isquemia do epidídimo e do testículo. O quadro clínico contempla dor local de início repentino, subsequente edema, acompanhado ou não de náuseas, vômitos e sintomas urinários. O exame físico geralmente demonstra um escroto edemaciado e assimétrico, com testículo rodado e alto. O diagnóstico é feito pela associação do histórico clínico com o exame físico, podendo ser comprovado por uma ultrassonografia Doppler que salienta o fluxo sanguíneo intratesticular diminuído em relação ao testículo contralateral.

RELATO DE CASO

Relato de paciente de 12 anos, admitido ao Hospital Maternidade Unimed, Manaus, Amazonas, apresentou-se com queixa de dor testicular à direita há cerca de 24 horas. Ao exame físico, obteve manobra de Prehn positiva (sinal que sugere orquiepididimite aguda). Foi solicitada ultrassonografia Doppler da bolsa testicular cujo achado evidenciou torção testicular à direita. A hipótese diagnóstica foi escroto agudo. Sendo conduzido à realização de escrototomia, certificou-se diagnóstico de torção testicular à direita. Os achados intra-operatórios incluem um cordão espermático longo, três voltas completas do testículo sobre o próprio eixo e não obstante, um testículo direito viável.

DISCUSSÃO

De acordo com a literatura, uma exploração cirúrgica imediata pode salvar um testículo isquêmico. A realização cirúrgica dentro de 6 horas salva mais de 80% dos testículos, diminuindo a chance para 20% ou menos, à medida que o tempo ultrapasse 12 horas. O caso em questão apresentou ao exame físico sinal de Prehn, corroborando, junto à história clínica, uma hipótese diagnóstica de orquiepididimite aguda. Sendo assim, a conduta recomendada foi a abordagem cirúrgica da bolsa testicular para realização do exame “in locu” do testículo direito. Decerto, com a hipótese diagnóstica de torção testicular confirmada, estaria-se diante de uma necrose testicular direita, uma vez que, foram passadas 24 horas para a realização do procedimento. Contudo, durante a abordagem, foi encontrada uma torção testicular à direita com testículo viável, contrariando a literatura e a certeza clínica de um diagnóstico de orquiepididimite à direita. O relato exposto, sustenta e fortalece a importância de uma exploração da bolsa testicular perante hipótese diagnóstica de escroto agudo mediante dúvida de presença ou ausência de torção testicular.

PALAVRAS CHAVE

torção testicular, orquiepididimite aguda, escroto agudo, abordagem cirúrgica

Área

UROLOGIA

Instituições

universidade nilton lins - Amazonas - Brasil

Autores

MARCIO RIBEIRO KZAM, SOPHIA MAIA DIB BASTOS, YASMIN CARDOSO DE SOUZA, VITOR MONTENEGRO KUHNERT DOURADO, GABRIELLE RODRIGUES TUSSOLINI, ROLAND GUILHERME FERREIRA VERMEHREN, ISABELA COSTA NOVO CABRAL, GABRIELLE DE ALENCAR RIBEIRO LOPES