CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

RELATO DE CASO DE APENDICITE AGUDA GRAVE COM 30 DIAS DE EVOLUÇAO.

INTRODUÇÃO

A apendicite aguda é a principal causa de abdome agudo cirúrgico em todo o mundo. A gravidade da doença está diretamente ligada ao tempo de evolução, sua perfuração é uma das complicações mais graves e está associada ao retardo no diagnóstico. Trinta e seis horas, após o início dos sintomas, o risco de perfuração é de 16 a 36% e esse risco aumenta cerca de 5% a cada 12 horas. Este trabalho tem por objetivo relatar um caso de apendicite complicada diagnosticada e tratada após 30 dias de evolução.

RELATO DE CASO

Homem, 49 anos de idade, ingressou ao Pronto Socorro do Hospital de Clínicas Dr. Radamés Nardini com dor abdominal, localizada em flanco esquerdo e fossa ilíaca esquerda (FIE), por cerca de 30 dias, associada a vômitos e febre não aferida. Havia passado por outros serviços com os mesmos sintomas sem que seu diagnóstico fosse fechado. Estava em regular estado geral, abdome flácido e pouco doloroso em flanco esquerdo, plastrão palpável em FIE. A ultrassonografia apresentou líquido livre intracavitário; a tomografia computadorizada identificou alças do intestino delgado e cólon esquerdo com aumento de conteúdo hídrico e formação cística ocupando a cavidade pélvica. Assim foram procedidas cinco intervenções cirúrgicas, entre elas, apendicectomia, ressecções de íleo e ileostomia, colectomia direita, peritoniostomia, tudo por conta de peritonite difusa e suas consequências, o que demandou esta série de abordagens cirúrgicas. Felizmente o paciente sobreviveu, após todo o tratamento intensivo e cirúrgico, que perfizeram quase 3 meses de internação. Atualmente faz acompanhamento no ambulatório de cirurgia geral.

DISCUSSÃO

A morbimortalidade está relacionada ao tempo de evolução e, consequentemente, à perfuração. Em aproximadamente 35% dos casos a apendicite já está em fase adiantada, com perfuração e abscesso local no momento da cirurgia, assim as complicações são mais frequentes nos casos operados mais tardiamente, chegando numa mortalidade de 3% nos casos de perfuração, que podem atingir até 15% quando a perfuração ocorre em pacientes idosos. No relato já havia perfuração de alça com peritonite generalizada e múltiplos abscessos, caracterizando doença gravíssima que o submeteu a quarenta e oito dias de UTI, cinco abordagens cirúrgicas e três meses de internação hospitalar. Somando-se a sepse, a mortalidade pode ultrapassar os 50%. Este relato demonstra um caso de apendicite complicada diagnosticada e tratada após 30 dias de evolução.

PALAVRAS CHAVE

APENDICITE GRAVE PERFURAÇÃO

Área

ESÔFAGO, ESTÔMAGO E INTESTINO DELGADO

Instituições

HOSPITAL DE CLINICAS RADAMÉS NARDINI - São Paulo - Brasil

Autores

TAYNARA ROBERTA GUERREIRO PAIVA, ANDERSON LUIS FERREIRA OLIVEIRA JR, MAYRA ANDREA SEVERICH TORRICO, FERNANDA IGLEZIAS SACOMAN MARQUES, THALLES RAPHAEL FERNANDES CHASSGNEZ, ALEJANDRO DELFOS HERMOZA, ANDRESSA BATISTA VIANA, ALLISON TAKEO TSUGE