CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

ENFISEMA SUBCUTANEO EXTENSO COMO COMPLICAÇAO DE DOENCA PULMONAR OBSTRUTIVA CRONICA

INTRODUÇÃO

O Enfisema subcutâneo é caracterizado pelo acumulo de ar no tecido subcutâneo podendo ocorrer como complicação pós trauma, procedimentos cirúrgicos ou até mesmo condições clínicas. Habitualmente é uma condição autolimitada e raramente cursa com conseqüências clínicas significativas. Quando severo pode apresentar comprometimento de vias aéreas superiores e cardiovascular. Na maioria dos casos a resolução é espontânea, se tornando mais um problema estético do que gerando grandes repercussões. Quando necessária a abordagem envolve técnicas de drenagem subcutânea.

RELATO DE CASO

Paciente A. J. M., masculino, 64 anos, admitido com queixa de “falta de ar” há 8 dias, creptações subcutâneas em tórax anterior, se estendendo até região maxilar, sem mais sintomas associados. Portador de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) em uso domiciliar de oxigênio, com história pregressa de trabalho com inseticidas por 20 anos e sem histórico de tabagismo. Fazendo uso de spiriva e beclometasona inalatória.
Na tomografia de admissão achados de extenso pneumomediastino e enfisema subcutâneo em toda parede cervical inferior bilateral, alterações intersticiais caracterizadas por espessamento septal inter e intralobular, opacidades de vidro fosco, faveolamento subpleural, distorção arquitetural pulmonar, bronquiectasias de tração, sugerindo fibrose pulmonar.
Após primeiro dia de internação evolui com piora do enfisema subcutâneo, atingindo rima ocular, porém sem dispneia e apenas em uso de medicações sintomáticas. No segundo dia de internação foi realizada drenagem torácica subcutânea bilateralmente com drenos de silicone de Penrose número dois, com paciente referindo alívio do incômodo horas depois. Paciente evoluiu com picos febris (38,3 graus) únicos em dois dias seguidos e saída de secreção purulenta nos drenos subcutâneos em hemitórax bilateralmente, sendo realizada retirada dos dois drenos e início de ceftazidima. Paciente evoluiu afebril nos próximos dias de internação, com melhora do enfisema subcutâneo e da secreção purulenta. Ceftazidima foi suspenso após o décimo dia de uso. Paciente recebe alta hospitalar sem sinais clínicos de infecção em local de drenagem e com redução progressiva de enfisema subcutâneo e pneumomediastino comprovada por tomografia de controle.

DISCUSSÃO

Na presença de rupturas alveolares secundárias ao DPOC o ar extravasado penetra no tecido conjuntivo frouxo que rodeia a vasculatura pulmonar progredindo até atingir o mediastino e causando assim, pneumomediastino. Este por sua vez evolui com enfisema subcutâneo extenso justificando seu caráter progressivo. Em casos como esse a indicação de drenagem subcutânea torna-se indicativa para a melhora do quadro e conforto do paciente. Dentre as técnicas cirúrgicas são citadas incisões cutâneas infraclaviculares, inserção de tubos semirrígidos, cateter endovenoso fenestrado ou dreno de silicone de Penrose.

PALAVRAS CHAVE

ENFISEMA SUBCUTANEO, PNEUMOMEDIASTINO, DPOC

Área

TÓRAX

Instituições

Santa Casa de Misericordia de Barretos - São Paulo - Brasil

Autores

Bruna Soares Leite , Henrique Amorim Santos , Anna Carolina Albuquerque Belem, Daniel Teixeira Alencar , Raul Braga Almeida Cruz , Rodrigo Alves Abreu Coimbra, Andre Luiz Fermino , Guilherme Grici Hisatomi