CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

PAPILECTOMIA COMO ESTRATEGIA TERAPEUTICA DE TUMORES AMPULARES

INTRODUÇÃO

As neoplasias de papila duodenal representam menos de 5% de todas as neoplasias do trato digestivo. As lesões benignas mais comuns na ampola de Vater são adenomas viloso e tubuloviloso. Adenomas papilares benignos têm potenciais pré-malignos e necessitam de intervenção cirúrgica (SCHAPIRO et al, 2015). Estes adenomas podem ocorrer esporadicamente ou no contexto de polipose adenomatosa familiar (FAP), no processo adenoma-carcinoma. A ressecção cirúrgica tem sido o tratamento padrão. No entanto, desde a introdução de papilectomia endoscópica para os adenomas papilares benignos em 1983 por Suzuki et al. essa técnica vem sendo disseminada por todo o mundo como uma proposta terapêutica de escolha para casos selecionados devido a menor morbimortalidade.

RELATO DE CASO

J.M.A, 72 anos, iniciou quadro de icterícia, colúria e acolia fecal, acompanhado de febre e dor abdominal difusa. Internado devido suspeita de colangite aguda e investigado quanto à icterícia colestática com suspeita de lesão de papila duodenal. Na ocasião foi feita antibioticoterapia com ceftriaxone e metronidazol e realizado expansão volêmica. Solicitado tomografia de tórax e abdome bem como biópsia de papila duodenal. TC mostrando dilatação da via biliar intra-hepática sem massas em topografia de cabeça de pâncreas com anatomia vascular preservada. Biopsia revelando adenoma tubular com displasia em alto grau. Optada então pela cirurgia de Whipple. Contudo, no intra-operatório decidiu-se por uma papilectomia. Realizado então papilectomia com coledocoduodenoanastomose e duodenorrafia em 2 planos. Colocado dreno túbulo-laminar posterior a rafia duodenal e saída em hipocôndrio direito. Paciente evolui bem após cirurgia: flatus, diurese e evacuações presentes no 2º DPO. Após término da drenagem de secreção pelo dreno, paciente recebe alta com nove dias de pós-operatório.

DISCUSSÃO

Com o aumento do uso de endoscopia, especialmente colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE), tumores de papila estão sendo progressivamente mais reconhecidos. O tratamento dos tumores da papila maior do duodeno pode ser cirúrgico (pancreaticoduodenectomia ou excisão local) ou ressecção endoscópica. A ressecção cirúrgica tem sido o tratamento padrão para o câncer papilar e, sendo um procedimento mais radical, apresenta resultados com altas taxas de reincidências e complicações. Em relação à papilectomia endoscópica, as taxas de sucesso são de até 80% dos pacientes, com taxa de recorrência de 20% e taxa de complicações de 10% . (ROSENBERG et al, 2015). As complicações relacionadas ao procedimento podem ser divididas em precoces, incluindo hemorragia, pancreatite e perfuração, e complicações tardias como estenose papilar. A perfuração é a complicação mais grave. A realização da papilectomia vem crescendo nos últimos anos e busca se afirmar como um procedimento padrão. Para isso, são necessários maiores pesquisas e comprovações para que se possa definir e padroniza-la como tal.

PALAVRAS CHAVE

Tumores ampulares, papilectomia endoscópica

Área

ESÔFAGO, ESTÔMAGO E INTESTINO DELGADO

Instituições

UNIPAM - Minas Gerais - Brasil

Autores

Danilo Pereira Lima Santos, Mateus Lacerda Medeiros Silva, José Eduardo Mourão Morais, Rafael Rosa Marques Gomes Melo, Juliene Cesar Santos, Ana Carolina Ruela Vieira, Edson Antonacci Junior, Cristal Pedroso Costa