CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

RELATO DE CASO DE FRATURAS DE COSTELAS TRATADAS COM OSTEOSSINTESE

INTRODUÇÃO

Os traumas motociclísticos constituem um grande número de atendimentos em serviços de Pronto Socorro (PS) no Brasil. Ainda que seja considerado o grau de exposição da vítima e a cinemática do incidente, é fundamental que o doente tenha uma assistência de qualidade para que sejam minimizadas as taxas de morbimortalidade. Os traumas motociclísticos constituem um grande número de atendimentos em serviços de Pronto Socorro (PS) no Brasil. Ainda que seja considerado o grau de exposição da vítima e a cinemática do incidente, é fundamental que o doente tenha uma assistência de qualidade para que sejam minimizadas as taxas de morbimortalidade.

RELATO DE CASO

Paciente masculino, 46 anos, delegado de polícia, sofreu trauma motociclístico de baixa velocidade com capacete, ingressou ao PS do Hospital de Ilhéus, com dor abdominal importante e respiração paradoxal. À avaliação primária, via aérea pérvia, sinais de tórax instável, murmúrio vesicular abolido em hemitórax esquerdo com enfisema subcutâneo. FC 115bpm, PAM 70mmHg. FAST positivo em abdome. Glasgow 15. Sem outras lesões aparentes. Uma vez estabilizado, foi indicado exames de imagem, tomografia computadorizada mostrou fratura de nove costelas à esquerda, lesão esplênica e líquido livre em cavidade abdominal. O paciente foi para laparotomia exploradora de urgência, onde evidenciou-se moderada quantidade de sangue em cavidade abdominal, a lesão esplênica grau II foi tratada de forma conservadora com hemostático. Feito drenagem de tórax esquerdo, que demonstrou hemopneumotórax, e foi para UTI. A respiração estava muito prejudicada por conta do tórax instável, então no oitavo dia de pós operatório foi submetido à cirurgia de fixação das costelas. Evolução favorável, obteve alta hospitalar quatro dias após a segunda cirurgia.

DISCUSSÃO

Atualmente, o tratamento conservador tem sido o escolhido nas lesões de órgãos parenquimatosos abdominais em que o paciente encontra-se hemodinamicamente estável, e ao menor sinal de instabilidade, faz-se necessária a cirurgia de emergência. A drenagem do tórax em selo d'água evita a toracotomia em mais de 90% dos casos de trauma, embora o tórax instável possa exigir abordagens cirúrgicas específicas, como foi neste caso relatado. A fratura de costelas é uma fratura muito comum, representando 12% dos traumas totais. O método de osteossíntese das costelas como um tratamento para o trauma torácico instável obteve os melhores resultados, confirmado através da redução da morbimortalidade, redução do tempo de internação nas UTI e redução do tempo de dependência da ventilação mecânica. O prognóstico mostra que pacientes tratados conservadoramente acabam tendo um tempo mais elevado de dependência em ventiladores mecânicos, maior incidência de pneumonia pós-traumática, maior índice de insuficiência respiratória e posterior dor crônica associada. Este relato demonstra um caso de trauma abdominal contuso abordado cirurgicamente em dois tempos com osteossíntese de costelas.

PALAVRAS CHAVE

Trauma; cirurgia; tratamento.

Área

TRAUMA

Instituições

Universidade Nove de Julho - São Paulo - Brasil

Autores

Catharina Oliveira Vianna Dias da Silva, Allison Takeo Tsuge