CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TITULO

ESTUDO RETROSPECTIVO DAS COMPLICAÇOES DO POS-OPERATORIO DA CIRURGIA DE POSTECTOMIA COM DISPOSITIVO PLASTICO (PLASTIBELL®)

OBJETIVO

A fimose patológica se caracteriza por um prepúcio não retrátil, com ou sem aderência balanoprepucial, devido a um anel fibroso na sua extremidade, encontrado em aproximadamente 0,4 caso a cada 1000 meninos por ano.
A postectomia tem como objetivo retirar o anel fibrótico prepucial, permitindo a exteriorização da glande. O procedimento cirúrgico pode ser realizado através da técnica clássica, a excisão prepucial tradicional, e a utilização de dispositivos plásticos (Plastibell®).
No Brasil, não se adota a circuncisão neonatal como rotina, sendo que a maioria das crianças submetidas ao procedimento são mais velhas e mediante indicação médica. Apesar de ser realizada há tempos, ainda não se chegou a um consenso na literatura sobre a melhor idade nem sobre a melhor técnica cirúrgica a serem utilizadas.
Apesar de apresentar uma taxa baixa, as intercorrências dessa cirurgia são existentes. O objetivo desse estudo é avaliar as principais intercorrências no pós-operatório de postectomia com Plastibell®.

MÉTODO

Trata‐se de um estudo retrospectivo com dados obtidos dos prontuários médicos dos pacientes acompanhados no serviço de cirurgia pediátrica do Hospital Municipal Infantil Menino Jesus – SP, entre os períodos de agosto de 2015 a fevereiro de 2016. Os pacientes foram submetidos a cirurgia de postectomia com Plastibell® ambulatorialmente. Esse período representou um aumento de três vezes do movimento cirúrgico ambulatorial total do hospital e consequentemente no número de postectomias.

RESULTADOS

Identificamos no período acima, 789 crianças submetidas à postectomia com Plastibell®, sendo que destas, 37 (4,68%) tiveram intercorrências no pós-operatório.
A população estudada foi constituída de meninos com variáveis graus de fimose, na faixa etária de 2 a 12 anos, com mediana de 9 anos.
As complicações verificadas foram 16 migrações proximais com retenção do anel (2,02%), 11 sangramentos (1,39%), 5 parafimoses (0,63%), 4 estenoses (0,5%) e 1 caso de retirada inadvertida do Plastibell® (0,12%). As crianças com intercorrências necessitaram de serem reoperadas.

CONCLUSÕES

Apesar do grande aumento do volume cirúrgico, as complicações do uso de Plastibell® foram muito baixas quando comparadas as descritas na literatura médica. Quando ocorrem as complicações, quase invariavelmente há necessidade de novo procedimento cirúrgico.

PALAVRAS CHAVE

postectomia, Plastibell, complicações

Área

CIRURGIA PEDIÁTRICA

Instituições

UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO - São Paulo - Brasil

Autores

ILANA LORREINE SANTOS PRADO, VICTORIA CARNEIRO LINTZ, FERNANDA RODRIGUES BONAZZI, RICARDO BERTACCHI UVO, JOÃO GILBERTO MAKSOUD FILHO