CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

TUMOR CARCINOIDE DE INTESTINO DELGADO – RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

O tumor carcinóide do intestino delgado é a neoplasia mais comum da parte distal desse órgão. Embora sua frequência seja elevada, a incidência de metástases é baixa e a sobrevida é alta.
Esse tumor pode ser encontrado em qualquer parte do corpo, sendo mais frequente no trato gastrointestinal. É uma lesão maligna, de crescimento lento, predomínio em homens, raça negra, na sexta década de vida.
A clínica pode ser decorrente do tumor primário, de suas metástases ou da síndrome carcinóide. A ressecção cirúrgica é o tratamento padrão.

RELATO DE CASO

C.C.C, homem, 54 anos, atendido no PS do Hospital Lifecenter no dia 22/02/2018, com dor epigástrica, início há 2 dias, sudorese e palidez. Relatou episódios de vômito em casa, além de dois episódios de fezes líquidas. Negava cirurgias abdominais prévias.
Ao exame físico: abdome distendido, doloroso à palpação em mesogastro, sem sinais de irritação. Exames iniciais: leucocitose e lactato venoso aumentado. TC abdome: distensão de alças de delgado, afilamento em FID e densificação de gordura mesentérica, sugerindo processo oclusivo/suboclusivo.
Paciente manteve distensão abdominal. Novos exames: queda do lactato venoso e elevação da PCR. Radiografia abdome: distensão de alças de delgado, com nível hidroaéreo e sinal do “empilhamento de moedas”.
Realizada laparotomia, que evidenciou pequena estrutura nodular em nível de jejuno terminal, estreitando-o. Realizada enterectomia segmentar com reconstrução do trânsito.
Anatomopatológicos: Lesão em jejuno de 0,6cm, apresentando neoplasia neuroendócrina bem diferenciada (tumor carcinóide) em camadas mucosa e submucosa, com raras mitoses e ausência de necrose. Imunohistoquímico corroborou com achados acima.
Paciente recebeu alta no 7° DPO em boas condições para acompanhamento ambulatorial.

DISCISSÃO

Apenas 2 a 3% das neoplasias malignas do trato gastrointestinal acometem o intestino delgado. As mais frequentes são o adenocarcinoma e o tumor carcinóide. Este tem gerado interesse, já que 90% dos casos evoluem com dificuldade diagnóstica pré-operatória, o que é justificado pela baixa especificidade dos exames habitualmente empregados para o estudo do intestino médio e pela apresentação sintomática inespecífica na maioria dos pacientes.
Os tumores carcinóides de intestino delgado geralmente são assintomáticos. Quando causam sintomas, o quadro clínico pode ser abrupto, ocasionado por obstrução ou sangramento digestivo, ou pode ser insidioso, caracterizado por secreção tumoral de hormônios vasoativos. O tamanho tumoral no momento do diagnóstico e o grau de disseminação determinam o prognóstico de sobrevida.
A relevância do tema e o motivo para sua descrição demonstram não somente a dificuldade para sua abordagem diagnóstica, como ressaltam a importância da sua inclusão em diagnósticos diferenciais para pacientes com sintomas suboclusivos e sem história de cirurgias abdominais, evitando-se condutas errôneas.

PALAVRAS CHAVES

Tumor carcinóide de intestino delgado; Neoplasias intestinais; Intussuscepção intestinal.

Área

ESÔFAGO, ESTÔMAGO E INTESTINO DELGADO

Instituições

Hospital Lifecenter - Minas Gerais - Brasil

Autores

Anna Cecília Santana do Amaral, Amanda de Freitas Fróes, Luana Modesto Lopes Caldeira, Michel Dantas Rocha, José Guilherme Penido Bueno