CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

AVALIAÇAO DAS METASTASES OSSEAS DO CARCINOMA DE MAMA CONFORME OS SUBTIPOS MOLECULARES

INTRODUÇÃO

O câncer de mama é a doença oncológica mais comum na população feminina. Sua incidência tem aumentado a cada ano mesmo ocorrendo melhoras no diagnóstico precoce e no tratamento. A história natural da doença segue uma progressão de eventos: alterações progressivas do epitélio normal - hiperplasia sem e com atipias - carcinoma in situ - carcinoma invasivo - metástase. As células cancerosas podem se disseminar através da via linfática ou hematopoética, explicando porque os ossos são frequentemente comprometidos por disseminação metastática. Dentre eles, ocorre preferência pelos ossos curtos, com sequência de comprometimento para esterno, costelas, vértebras e pelve.

RELATO DE CASO

Foram selecionados 58 casos com acometimento exclusivo de metástases ósseas por câncer de mama de pacientes atendidas pelo Departamento de Mastologia do Hospital Amaral Carvalho de Jaú. Com seleção retrospectiva, entre janeiro de 2000 e janeiro de 2012, foi utilizado Cintilografia Óssea, Radiografia convencional, Tomografia Computadorizada, Ressonância Nuclear Magnética e marcadores tumorais para o diagnóstico. Todos os casos realizaram exames de imunohistoquímica, tratamento adjuvante com quimioterapia, radioterapia quando indicado e hormonoterapia quando necessário. Os marcadores utilizados foram: receptores de estrógeno (ER), receptor de progesterona (PGR) e receptor de tirosina quinase (ERBB2/HER2). Conforme o perfil bioquímico dividiu-se: Subtipo1: Luminal A (ER+ e/ou PGR; HER2-; Ki 67 < 14%) e Luminal B (ER+ e/ou PGR+; HER2-; Ki 67 ≥ 14%); Subtipo 2: HER-2 (ER-; PGR-; HER2+); Subtipo 3: Luminal Híbrido (ER+ e/ou PGR+; HER2+); Subtipo 4: Triplo Negativo (ER-; PGR-; HER2 -) e Basal Like (ER-; PGR-; HER2-; CK 5/6+ e/ou EGFG+). Foi aplicado o Teste de Verossimilhança e Teste de Mann-Whitney.

DISCUSSÃO

Um dos achados que se destaca é a implantação precoce dos tumores Luminais. Ou seja, ER positivo indica a precocidade de implantes ósseos secundários. Já o subtipo 4 apresenta implantes ósseos exclusivos ao longo de 50 meses de intervalo livre. O subtipo 2 apresenta 50% de implantes precoces, indicando prognóstico ruim. A expressão da E-caderina concentrou-se no grupo de 11 a 50 meses de intervalo livre da doença e não houve preferência por algum subgrupo. Outro achado foi a prevalência de 60% de implantes ósseos no subtipo 1 e desses, aproximadamente 70% apresentaram metástase óssea somente para ossos chatos. Não foram encontradas diferenças significativas entre intervalo livre e subtipos moleculares, nem entre grupos com mais ou com menos de 50 anos. Esses achados podem trazer contribuições na prática clínica, podendo alertar precocemente quais os grupos de pacientes com maior risco, possibilitando uma maior vigilância, a fim de se evitar complicações decorrentes de metástases ósseas. Além de evidenciar a necessidade de pesquisas a nível molecular buscando possíveis marcadores tumorais para metástases ósseas.

PALAVRAS CHAVE

receptores de estrógeno e progesterona, ossos longos e curtos

Área

GINECOLOGIA

Instituições

Universidade São Francisco - São Paulo - Brasil

Autores

Paulo Roberto Andrade Figaro Caldeira, Carlos Augusto Real Martinez, Ronaldo Parissi Buainain, Letícia Delsin Mizael, Eduardo Felipe Kim Goto, Isabella Gonçalvez Carpanetti, Bruna Zini Paula Freitas, Daniel Castilho Silva