TÍTULO

ENDOMETRIOMA UMBILICAL PRIMÁRIO - RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

A endometriose umbilical é uma doença rara e tem uma incidência de 0,5 a 1% nas mulheres com endometriose. É mais comum em pacientes que já foram submetidas a procedimentos cirúrgicos abdominais e pélvicos, como histerectomia e cesariana, sendo conhecida como primária quando não tem relação com cirurgias prévias. O quadro clínico consiste em paciente com uma massa umbilical associada a dor, inchaço e sangramento cíclico, relacionado com o período menstrual. O diagnóstico é difícil de ser realizado e exames de imagem como a Ultrassonografia, ressonância magnética e tomografia computadorizada auxiliam na conduta. O tratamento ideal é cirúrgico, com uma excisão ampla da massa, com margem de 1cm. É comum a recorrência da lesão e a transformação maligna é vista em apenas 1% dos casos.

RELATO DE CASO

RTK, 30 anos, com história clínica de dor na região umbilical há 4 anos. Com antecedente e herniorrafia umbilical aos 7 anos de idade e sem antecedentes obstétricos. Relatou que durante este período realizou sucessivas USG de parede abdominal e transvaginal porém sem alterações. Há 1 ano, evoluiu com coloração vinhosa cutânea e nodulação umbilical durante os períodos menstruais. Aventada a hipótese diagnostica de endometrioma, foi solicitado USG de parede abdominal durante o período menstrual, que evidenciou presença de nodulação hipoecoica, finamente heterogênea, bem delimitada na região umbilical, medindo 12,8x11,6x8,1mm, sem colo herniário, sugestivo de endometrioma. Optou-se pela excérese da lesão e envio da peca cirúrgica para anatomopatológico. Solicitou-se US transvaginal e de abdome total, que não revelaram focos de endometriose. O estudo AP identificou a presença de tecido endometrial e confirmou o diagnóstico de endometrioma. O seguimento pós operatório ocorreu em consultório e a paciente teve evolução clinica favorável, com boa cicatrização e até o momento sem recidiva do local.

DISCUSSÃO

A endometriose é uma doença benigna, estrogênio-dependente, associada a dor pélvica e infertilidade, que acomete cerca de 10-15% das mulheres em idade fértil. A endometriose umbilical, conhecida também como Nódulo de Villar, corresponde por 30-40% dos casos da forma cutânea dessa patologia, sendo que a forma primária é uma afecção rara, apenas 0,4 a 4% de todos os casos de endometriose. Sua causa ainda não é bem esclarecida e essa patologia é caracterizada por uma massa umbilical, nodular, endurecida, acastanhada ou vinhosa, que varia de tamanho e está associada a dor e sangramento local relacionado com o período menstrual. O diagnóstico é essencialmente clínico, porém é difícil de ser realizado. O diagnóstico definitivo é histológico, após biópsia ou ressecção da massa, onde teremos a presença de glândulas e de estroma endometrial, além de deposição do pigmento de hemossiderina. O tratamento clínico pode ser feito com anticoncepcionais orais, mas o definitivo é cirúrgico, com margens livres de 1cm da lesão.

PALAVRAS CHAVE

endometriose; umbigo; cirurgia

Área

GINECOLOGIA