CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TITULO

CIRURGIA METABOLICA C0MO TRATAMENTO DE DIABETES TIPO 2 EM PACIENTES COM IMC < 35

OBJETIVO

A cirurgia bariátrica tem se mostrado como o melhor tratamento para DM 2 em obesos mórbidos. O objetivo desse trabalho é mostrar a eficiência desse procedimento no tratamento da diabetes de difícil controle em pacientes com IMC <35, ou seja, os quais a cirurgia não seria inicialmente indicada.

MÉTODO

Foi feita uma revisão bibliográfica nas bases de dados PubMed, Scielo e UpToDate.

RESULTADOS

Estudos demonstram consistentemente que a cirurgia metabólica está associada a uma superioridade no tratamento de DM2 comparados à terapia medicamentosa. Recentemente, a cirurgia foi incluída, pela Diabetes Surgery Summita, como tratamento da diabetes, até mesmo para diabéticos descontrolados com IMC tão baixo quanto 30 kg/m², ou 27,5 kg/m² para asiáticos.
Esses pacientes, após a cirurgia, perdem quantidade significativa, mas não excessiva de peso, passando do excesso de peso para a categoria de peso normal ( IMC 29,4 a 24,2; −5.1), e mostram remissão da doença, através da interrupção da medicação e glicemia de jejum (105,2 mg / dL, −93,3) e hemoglobina glicada (6%; -2,7), em sua maioria, normais. A intervenção, nesse público possui poucas complicações e baixa mortalidade operatória.
A escolha em relação ao tipo de cirurgia a ser realizada, Bypass em Y-de-Roux (RYGB) ou Gastrectomia Sleeve (SG) depende da gravidade do quadro diabético.Deve-se levar em consideração níveis de HbA1c, duração pré-operatória do DM2, número de medicamentos para diabetes e uso de insulina. Observou-se que remissão do diabetes em pacientes com doença classificada em leve é mais expressiva com a técnica de RYGB (92% com RYGB vs 74% com SG), assim como na moderada (60% com RYGB vs 25% com SG). Porém quando se trata de pacientes com diabetes grave, ambos os procedimentos têm eficácia similar. Dessa forma, neste grupo foi recomendada a realização de SG devido ao menor risco desse procedimento. Ambos os procedimentos cirúrgicos se mostram superior à terapia medicamentosa.

CONCLUSÕES

É notório que o IMC não é um bom parâmetro isolado para definir a indicação cirúrgica em pacientes diabéticos descompensados, uma vez que não há evidência científica de um ponto de corte para separar o grupo cirúrgico do grupo clínico. O tratamento cirúrgico deve ser considerado em pacientes com IMC < 35. Porém, é preciso pesquisar a longo prazo o verdadeiro benefício desse procedimento como forma de tratamento em diabéticos descompensados.

PALAVRAS CHAVE

Obesidade, Cirurgia Metabólica, Revisão

Área

CIRURGIA DA OBESIDADE

Instituições

PUC-MG - Minas Gerais - Brasil

Autores

Camila Mendes Freitas Moreira, Gabriela Martins Costa, Izabella Girelli Ribeiro Carvalho, João Victor Soares Assunção, Larissa Reis César, Matheus Rezende Lima