CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

SETORECTOMIA LATERAL ESQUERDA LAPAROSCOPICA VS CONVENCIONAL: REVISAO SISTEMATICA E METANALISE DE ENSAIOS CLINICOS RANDOMIZADOS E NAO RANDOMIZADOS

OBJETIVO

A Setorectomia Lateral Esquerda (SLE) é considerada a ressecção hepática anatômica mais adequada para ser realizada por laparoscopia. A SLE laparoscópica tem sido cada vez mais realizada, no entanto, estudos comparando especificamente a SLE convencional e laparoscópica são em sua maioria retrospectivos, com pequeno tamanho da amostra. Apenas recentemente estudos prospectivos foram relatados. O objetivo deste estudo foi realizar uma atualização através de revisão sistemática e metanálise de estudos comparando os resultados perioperatórios de SLE laparoscópica vs convencional.

MÉTODO

Uma revisão sistemática foi realizada nas bases de dados Medline, EMBASE, Cochrane Library Central e Scielo / LILACS. Estudos randomizados e observacionais comparando os resultados perioperatórios entre SLE convencional e laparoscópica foram incluídos. A última data para a pesquisa foi 31 de dezembro de 2017. Os resultados do tratamento, incluindo taxa de conversão, perda sangüínea estimada, taxa de transfusão, tempo operatório, internação hospitalar, morbidade e mortalidade foram avaliados.

RESULTADOS

Um total de 2838 artigos foram inicialmente avaliados, e 23 foram incluídos na meta-análise (21 ensaios observacionais e 2 ensaios randomizados). A taxa de conversão foi de 7,4%. SLE laparoscópica mostrou menor tempo de internação [Diferença Média (DM) = - 2,11 dias; IC95% 2,58 - (- 1,81); P <0,001; I2 = 68%; 3143 pacientes]; menor perda sangüínea [DM = -119.81ml; IC 95%: -127,90 - (- 111,72); P <0,001; 618 pacientes]; e menor taxa de transfusão [Diferença de Risco [DR] = - 0,06; IC95% -0,08 - (- 0,05); P <0,001; I2 = 32%; N = 2968]. Diminuição marginal na morbidade geral (DR = -0,03; IC95% -0,06 - 0,00; P = 0,05; I2 = 0%; N = 3268) e mortalidade perioperatória (DR = -0,01, IC 95% -0,02 - 0,00 , P = 0,01, I2 = 0%, N = 3332). Não houve diferença quanto ao tempo operatório, complicações cardíacas e pulmonares e taxa de reoperação entre os grupos.

CONCLUSÕES

Evidências atuais sustentam que a SLE laparoscópica é um procedimento seguro e viável, associado à redução da perda sangüínea, menor taxa de transfusão e menor tempo de internação hospitalar. A via laparoscopia deve ser recomendada como abordagem padrão-ouro para a SLE.

PALAVRAS CHAVE

Hepatectomia, Laparoscopia, Neoplasias do Fígado / cirurgia, Revisão [Tipo de Publicação], Meta-análise [Tipo de Publicação]

Área

FÍGADO, VIAS BILIARES E PÂNCREAS

Instituições

Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP - São Paulo - Brasil

Autores

Rodrigo Luiz Macacari, Fabricio Ferreira Coelho, Jaime Arthur Pirola Kruger, Vagner Birk Jeismann, Gilton Marques Fonseca, Danielle Menezes Cesconetto, Ivan Cecconello, Paulo Herman